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Teles dizem ter liberdade para competir
Oi e Telefônica afirmam que concorrência, custos e demanda determinam os preços
Apu Gomes - 12 fev.08/ Folha Imagem
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Jovens acessam a internet durante evento de informática em SP; diferença de preços na banda larga gera reclamações de clientes
DA SUCURSAL DO RIO
A Oi/Telemar e a Telefônica
reconheceram que cobram
preços diferentes de um município para outro na venda da assinatura da banda larga, mas
alegaram que têm liberdade de
preços pelo fato de o acesso à
internet ser regulamentado como serviço privado. "Pela Lei
Geral das Telecomunicações, o
serviço de internet é prestado
em regime privado, o que pressupõe total liberdade de preços", declarou a Telefônica.
Para as duas teles, o conceito
de isonomia de tratamento aos
usuários estabelecido no regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia (que regula
a internet) não significaria
obrigação de preço igual para
todos os usuários.
Elas têm explicações semelhantes para a disparidade de
preços de um mesmo produto:
no caso, a oferta da banda larga
de 1 mega (Mbps) de velocidade
de transmissão. Dizem que a
obrigação de preço igual valeria
para assinantes de um mesmo
prédio e/ou de uma mesma rua,
mas poderia haver diferença de
preço até mesmo entre bairros
numa mesma cidade, dependendo do estágio tecnológico
da rede e da concorrência.
Segundo a diretora de marketing da Oi, Flávia Bittencourt, três fatores influenciam
os preços na banda larga: concorrência, custo de transmissão e volume de demanda do
mercado. Belo Horizonte, segundo a executiva, é cenário de
uma intensa competição entre
as empresas Oi, Net e GVT. A
concorrência começou aguda
na disputa pelos clientes corporativos e residenciais de alto
poder aquisitivo e já se estendeu às faixas de menor renda.
"A gente tem variações de preços mesmo. Baixamos no Rio
para fazer preço similar ao da
Net", afirmou Bittencourt.
A estrutura de custo da rede,
segundo ela, varia de uma localidade para outra. Nas grandes
cidades, onde a demanda e a escala são maiores, a Oi investiu
em fibras ópticas que propiciam custo de transmissão menor, em razão da escala. Ela nega que a empresa venda o serviço abaixo do custo onde a concorrência é mais acirrada.
Sobre as diferenças entre os
preços das capitais e do interior
e entre as capitais atendidas pela Oi, ela disse que, quanto mais
se avança para o Norte e o Nordeste, maior é o custo de transmissão da internet, porque o
link internacional da empresa,
que conecta o internauta com
os sites estrangeiros, é localizado no Rio. Segundo Bittencourt, para conectar um cliente
do Maranhão a um site do exterior, os sinais têm de trafegar
pela rede até chegar ao Rio.
A competição foi a razão alegada pela Oi para a redução de
preços em Salvador, Recife e
Fortaleza. Nessas cidades, a
concorrência não é com a Net,
mas com redes locais de TV a
cabo e provedores de internet.
A Telefônica queixa-se de
que enfrenta competição desigual da Net porque ela não tem
restrições legais para oferecer
TV paga, transmissão de dados
e voz pela mesma rede.
(EL)
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