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É preciso reduzir despesas e diminuir o tamanho do Estado, dizem especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Como reduzir a carga tributária no Brasil? Segundo especialistas em tributação consultados pela Folha, é preciso rever a proposta orçamentária,
ou seja, cortar despesas e diminuir o tamanho do Estado. Sem
isso, nada que for feito conseguirá minorar o problema.
Para o advogado Ives Gandra
da Silva Martins, professor
emérito da Universidade Mackenzie, a carga tributária cairá
"se houver redução de despesas, hipótese não contemplada
pela proposta orçamentária do
governo para 2007".
Para a advogada Elisabeth
Libertuci, do escritório Libertuci Advogados Associados,
uma solução imediata é "enxugar o tamanho do Estado".
Para o advogado Gilberto
Luiz do Amaral, presidente do
IBPT, não é preciso fazer a reforma tributária para a carga
fiscal baixar. "Bastam leis ordinárias [para os casos do PIS, da
Cofins, da Previdência Social,
da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido das empresas e
da CPMF], portarias ministeriais [casos do IPI e do IOF] e
decretos [caso do ICMS]."
Alíquotas exageradas
Para Amaral, "a classe política usa o termo reforma tributária para adiar uma revisão no
sistema tributário brasileiro, o
mais complexo e caro do mundo". Segundo ele, de 1988 até
agora o país teve 12 reformas
tributárias (emendas constitucionais) e todas elas foram usadas para criar novos tributos ou
elevar os já existentes.
Libertuci diz que uma medida que poderia ser adotada
imediatamente para reduzir a
carga fiscal seria estimular a
produção e o emprego. Ela sugere também que a tão almejada não-cumulatividade do PIS
e da Cofins deveria ser eliminada. "O impacto dessas duas
contribuições era substancialmente bem menor para as empresas quando vigorava o regime da cumulatividade."
A advogada lembra que essas
duas contribuições pesam muito sobre as empresas porque o
governo exagerou nas alíquotas
quando passou da cumulatividade para a não-cumulatividade, em 2003. De 0,65% a alíquota do PIS subiu para 1,65%
sobre a receita das empresas
(mais 154%). A da Cofins, de 3%
para 7,6% (mais 153%).
Gandra Martins entende que
"o Brasil está precisando de um
governo capaz de perceber que,
no dia em que reduzir o nível de
tributos -por ter contido a
"gastança oficial" e modernizado a esclerosada máquina administrativa- teremos uma
carga tributária justa e o país
crescerá bem mais do que os
3% atuais". "Empresários e sociedade o Brasil tem. Falta governo com a mesma visão e
vontade."
(MC)
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