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Mercado testa novas aberturas de capital
Após "jejum" com período de turbulência iniciado em julho, Bolsa de SP volta a ter estréia de novas ações de empresas
Para analistas, estrangeiro tem voltado a investir nos emergentes, mas ainda há risco de que crise financeira persista e afete os negócios
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após um jejum que se estende desde o fim de julho, uma
nova ação se prepara para estrear no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, ainda nesta
semana. O arrefecimento das
turbulências que abateram o
mercado internacional desde a
última semana de julho abriram as portas para a retomada
dos IPOs (lançamento inicial
de ações, na sigla em inglês).
Se a estréia das ações da Satipel -empresa que atua na produção de painéis de madeira
para a indústria moveleira- na
Bovespa, programada para a
próxima sexta-feira, for bem-sucedida, pode animar outras
empresas que estão na fila a retomarem seus processos de
abertura de capital.
A melhora do mercado internacional foi fundamental para
a retomada dos IPOs. Isso porque os investidores estrangeiros têm ficado com grande parte das novas ações oferecidas.
"É normal que os IPOs venham em ondas. E esse "branco"
recente coincidiu com o período de turbulências do mercado", diz Júlio Ziegelmann, diretor da Itaú Corretora.
Ziegelmann afirma que nas
últimas semanas "tem voltado
o apetite dos investidores internacionais para o risco dos
emergentes". Ou seja, o cenário
para emitir ações na Bolsa de
Valores melhorou.
Das ofertas de ações neste
ano, os estrangeiros levaram
74% do montante distribuído
pelas companhias.
Neste ano, já foram contabilizadas as estréias de 43 novas
ações de empresas nacionais no
pregão da Bolsa -o melhor resultado da década.
Na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) há 26 pedidos
de lançamento de ações parados. O último a registrar solicitação para ofertar seus papéis
foi o banco Panamericano, no
último dia 11. Em 2006, considerado um ano bastante positivo para o mercado acionário,
houve a entrada de 26 ações.
Para o analista Luiz Antonio
Vaz das Neves, da KNA Consultores, "os IPOs são um excelente sensor do momento que
atravessa o mercado".
Se a oferta da Satipel não tiver um bom retorno, com baixa
procura, a operação pode desestimular outras empresas,
que estão à espera do melhor
momento para entrar na Bolsa.
As últimas estréias ocorreram no dia 30 de julho, quando
General Shopping (desenvolvimento e administração de
shoppings) e Estácio Participações (do ramo educacional)
passaram a ofertar ações.
O economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica,
Jason Freitas Vieira, não se
mostra tão animado com a retomada dos IPOs. "O mercado
ainda está muito volátil. Na semana que vem [esta], haverá a
decisão do banco central americano sobre os juros, evento
que pode sacudir o mercado
global novamente", afirma o
economista. "O mercado ainda
vive um momento delicado."
Venda e compra
As reservas para adquirir as
ações da Satipel podem ser feitas até amanhã, nas corretoras
e bancos credenciados. Parte
da oferta é destinada ao investidor pessoa física, que pode
comprar lotes de ações a partir
de R$ 3 mil. Pela programação
divulgada pelos agentes envolvidos na operação, a estréia
ocorrerá no Novo Mercado da
Bolsa no pregão de sexta-feira.
O Novo Mercado é o segmento destinado aos papéis das
companhias comprometidas
com práticas diferenciadas de
boa governança corporativa.
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