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PROTESTOS
Pela primeira vez, taxa de pessoas jurídicas supera a de pessoas físicas
Inadimplência é maior nas empresas
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa de inadimplência no Brasil caiu entre as pessoas físicas e
aumentou entre as empresas.
Dados divulgados ontem pela
Serasa mostram que, enquanto o
volume de títulos protestados
contra pessoas físicas teve queda
de 1,6%, o de empresas saltou 6%
em setembro em comparação
com o mesmo período de 2001.
É a primeira vez que as empresas lideram o ranking de títulos
protestados no país. No acumulado deste ano, porém, as pessoas
físicas continuam na frente, com
alta de 14,2% sobre 2001, contra
8,4% de pessoas jurídicas.
Os números excluem o Estado
de São Paulo, já que, segundo a
Serasa, a legislação de protesto de
títulos no Estado é diferente da do
resto do país.
Segundo o assessor econômico
da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, por trás da queda da inadimplência entre os consumidores está a liberação de recursos do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço), que têm sido
utilizados para a quitação de débitos. A esse fator soma-se a diminuição no ritmo das compras e da
contração de novos créditos.
Para as pessoas físicas, a desvalorização do real dificultou a quitação de débitos das empresas
com dívidas em dólares. A desaceleração das vendas e a escassez
de crédito também são apontadas
como razões para o crescimento
dos títulos protestados.
"Diante de um quadro de incertezas, os credores estão diminuindo os prazos de pagamento. As
empresas que não estavam preparadas estão sofrendo as consequências", diz Fábio Pina, economista da Federação do Comércio
do Estado de São Paulo.
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