São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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PROTESTOS

Pela primeira vez, taxa de pessoas jurídicas supera a de pessoas físicas

Inadimplência é maior nas empresas

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de inadimplência no Brasil caiu entre as pessoas físicas e aumentou entre as empresas.
Dados divulgados ontem pela Serasa mostram que, enquanto o volume de títulos protestados contra pessoas físicas teve queda de 1,6%, o de empresas saltou 6% em setembro em comparação com o mesmo período de 2001.
É a primeira vez que as empresas lideram o ranking de títulos protestados no país. No acumulado deste ano, porém, as pessoas físicas continuam na frente, com alta de 14,2% sobre 2001, contra 8,4% de pessoas jurídicas.
Os números excluem o Estado de São Paulo, já que, segundo a Serasa, a legislação de protesto de títulos no Estado é diferente da do resto do país.
Segundo o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, por trás da queda da inadimplência entre os consumidores está a liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que têm sido utilizados para a quitação de débitos. A esse fator soma-se a diminuição no ritmo das compras e da contração de novos créditos.
Para as pessoas físicas, a desvalorização do real dificultou a quitação de débitos das empresas com dívidas em dólares. A desaceleração das vendas e a escassez de crédito também são apontadas como razões para o crescimento dos títulos protestados.
"Diante de um quadro de incertezas, os credores estão diminuindo os prazos de pagamento. As empresas que não estavam preparadas estão sofrendo as consequências", diz Fábio Pina, economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.


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