São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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TRANSE GLOBAL

Depois de quatro dias de recuperação, Bolsas voltam a fechar em queda; ações tecnológicas puxam as perdas

Tombo de 18% da Intel arrasta Dow Jones

David Karp/Folha Imagem
Corretores observam variação das ações em monitor da Bolsa de NY; Dow Jones recuou 2,66%


DA REDAÇÃO

Wall Street, após quatro dias de alta, já esboçava uma certa euforia, apostando que finalmente os preços das ações começariam a reagir. Mas uma bateria de balanços ruins trouxe os investidores de volta à realidade ontem, e as Bolsas fecharam em queda.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York cedeu 2,66%, arrastado por um tombo de 18% no preço das ações da Intel. A maior fabricante de chips do planeta divulgou um balanço do terceiro trimestre abaixo das expectativas e informou que espera vendas fracas nos últimos três meses do ano.
Outras empresas do setor tecnológico também tiveram um dia difícil. A Motorola rebaixou suas previsões de vendas e viu suas ações, que não compõem o Dow Jones, desabarem 22%, atingindo o menor valor em dez anos.
A Bolsa tecnológica Nasdaq encerrou em queda de 3,9%. O índice Standard & Poor's das 500 maiores empresas dos EUA perdeu 2,41%.
Até agora, aproximadamente uma em cada quatro empresa listada na Bolsa de Nova York divulgou o balanço do terceiro trimestre, sendo que 23% das companhias apresentaram resultados melhores do que o estimado, enquanto 8% decepcionaram as previsões.
O JP Morgan, segundo maior banco norte-americano, informou que seus lucros caíram no trimestre passado, devido a perdas com empréstimos e a uma queda no faturamento com serviços. Mas os resultados ficaram dentro do previsto, e as ações caíram 1,7%. A instituição disse que cortará 2.000 funcionários.
O FleetBoston, sétimo banco dos EUA e controlador do Bank Boston, culpou em parte as perdas no Brasil e na Argentina para explicar a queda nos lucros. A direção do banco afirmou que está reduzindo a quantidade de papéis brasileiros em suas carteiras de investimentos.
A Boeing, afetada pela crise no setor aéreo, relatou uma queda de 43% nos lucros. A Ford voltou a ficar no vermelho.

Europa no reboque
Os EUA influenciaram os negócios do outro lado do Atlântico, e as Bolsas européias também fecharam em baixa. Londres caiu 1,75%, Frankfurt recuou 1,29% e Paris cedeu 0,59%.
"Estamos de joelhos diante dos resultados das companhias americanas no momento", disse Gareth Evans, estrategista para os mercados europeus do banco ING Barings. "Ainda não há algo que detone uma recuperação duradoura nos mercados."


Com agências internacionais

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