São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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Importação de bens de consumo está "no osso"

DA REPORTAGEM LOCAL

O espaço para a redução de importações de bens de consumo acabou. Foi essa a conclusão dos economistas do Iedi, ao apurarem o comportamento das importações de uma série desses bens.
A pesquisa revela que as importações gerais do grupo recuaram 50% entre 1999 e 2001.
Os itens que lideraram a queda global foram equipamentos eletroeletrônicos, automóveis, papel e artefatos de papel, vestuário e produtos têxteis, artigos de couro e calçados, madeira e mobiliário e, por fim, alimentos como arroz, carne bovina e laticínios.
As importações de bens de consumo, afirma o Iedi, ""estão no osso". Salvo automóveis, não há mais espaço para substituição. Os economistas do instituto sustentam a argumentação com dados: de janeiro a setembro deste ano, as importações de bens de consumo caíram de US$ 4 bilhões para US$ 3,2 bilhões -em relação ao mesmo período do ano passado. Acontece que, dos US$ 800 milhões a menos em importações, US$ 600 milhões devem-se à queda na importação de automóveis.
Em 1989, as importações de autopeças representavam 94% das compras externas totais da industria automobilística. Em 1998, oito anos depois da abertura econômica, a participação caíra para 58%. Hoje, segundo a consultoria AT Kearney, em média os veículos produzidos no país têm 25% de seus componentes importados. Regra que não vale para as montadoras recém-instaladas, nas quais, em média, 50% dos componentes são importados. ""A substituição de importações na indústria automobilística, ao longo de pouco mais de uma década, tem sido sensível", diz Fernando Ribeiro, da Funcex.
Os bens de capital, avaliam os economistas, ainda concentram margem para substituição de importações, a despeito de terem sofrido processo semelhante (de troca de importados por nacionais) em períodos anteriores de desvalorização da moeda. A exceção, dizem, são os itens eletrônicos (tecnologia de ponta) utilizados para a fabricação de bens, como máquinas. Para esse caso, uma das alternativas seria dar incentivos para atrair grandes empresas globais (JAD)


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