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Rival quer suspensão
AmBev vai ao Conar contra a Schincariol
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A AmBev, por meio de sua marca Antarctica, anunciou que entrará hoje com uma petição no
Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária)
em que solicita a retirada do ar do
comercial da Nova Schin, que começou a ser veiculado na sexta.
Marcello Serpa, diretor da agência de publicidade AlmapBBDO,
que detém a conta da Antarctica e
que enviará a petição ao Conar,
alega que a campanha da Nova
Schin "expõe de maneira não leal
os concorrentes e induz os consumidores a erro".
No comercial, que recorre ao
chamado teste cego, um homem
com os olhos vendados bebe a
cerveja da Schincariol, mas se recusa a prosseguir e experimentar
as demais. Na mesa estão expostas, além da Nova Schin, as cervejas Skol, Brahma e Antarctica, da
AmBev, e a Kaiser, da Molson. "É
uma malandragem o que fazem",
diz Serpa, em alusão ao teste.
A Folha não conseguiu localizar
Eduardo Fischer, da Fischer
América, responsável pela conta
da cervejaria Schincariol.
Ontem à noite, a AmBev deveria
iniciar outra campanha na TV em
resposta à Schincariol.
Trata-se de um novo capítulo
da recente disputa no setor deflagrada com o lançamento da Nova
Schin. Amparada na campanha,
em dois meses a Schincariol passou de 11,5% das vendas de cerveja pilsen para 14,1%, superando a
canadense Molson -que agora
tem 11,9%. A AmBev é líder isolada, mas sua participação recuou
de 66,1% pra 63,8%, em outubro,
segundo dados divulgados pelo
instituto AC Nielsen na sexta-feira. Em setembro de 2002, a participação da AmBev era de 70,2%.
A disputa é milionária (a despeito do encolhimento do mercado neste ano): cada ponto percentual representa vendas equivalentes a R$ 80 milhões. O consumo
de cerveja neste ano deve encolher 14% comparada a 2002, segundo estimativas das empresas.
Analistas dizem que, além do
pesado investimento em mídia
(são R$ 140 milhões, o dobro de
2002, contra os R$ 350 milhões da
rival), o fato de a Schincariol praticar preços inferiores aos da AmBev permite à cerveja do grupo
ganhar mercado em período de
perda de renda do consumidor.
Mais polêmica
O caso da cerveja é a segunda
polêmica que ameaça chegar ao
Conar em quatro dias. Na sexta-feira, o conselho decidiu suspender a veiculação de uma campanha da Fiat de lançamento do novo Palio. Alegou ter recebido 17
queixas de consumidores: o principal argumento era de que o
anúncio faz apologia à violência.
No filme, um presidiário, ao deixar a cadeia, depara-se com o novo veículo e acaba fascinado. Na
cena seguinte, há o ruído de um
vidro estilhaçando-se e de sirenes
de polícia. Em uma nota, a Fiat e a
Leo Burnett, a agência responsável pela campanha, negaram
qualquer apologia à violência.
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