São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Reservas superam US$ 80 bi pela primeira vez na história

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Impulsionadas pelo forte ingresso de capital externo no Brasil, as reservas em moeda estrangeira do governo ultrapassaram os US$ 80 bilhões pela primeira vez na história. Na terça-feira passada, segundo dados do Banco Central, as reservas estavam em US$ 81,440 bilhões. Só neste ano, o aumento foi de quase US$ 28 bilhões.
O crescimento das reservas tem sido possível graças aos dólares comprados pelo BC no mercado -neste ano, já foram adquiridos cerca de US$ 30,6 bilhões. As compras do BC, por sua vez, são feitas para absorver parte do fluxo recorde de divisas que o país recebendo.
Neste ano, a entrada de recursos externos no Brasil já chega a US$ 36,996 bilhões, devido, em boa parte, ao bom desempenho alcançado pela balança comercial. Já as remessas ao exterior para o pagamento de dívidas, por exemplo, apresentam trajetória de queda, ajudando a manter positivo o saldo líquido de dólares no país.
A emissão de títulos da dívida externa também colaborou para o aumento das reservas. Apenas neste ano, tais lançamentos somam US$ 4,4 bilhões.
Os dólares das reservas normalmente são usados nos pagamentos da dívida externa do governo e em eventuais intervenções do BC no mercado de câmbio. Essa poupança em moeda estrangeira ajuda a proteger o país de crises externas.
O economista Caio Megale, da Mauá Investimentos, chama a atenção, porém, para o custo dessa proteção: a compra de dólares aumenta o volume de reais em circulação no mercado, e, para resgatar esse excesso, o BC vende títulos públicos remunerados pela taxa Selic, aumentando a dívida pública.
Para Megale, a preocupação com as reservas se justificava quando elas estavam abaixo de US$ 20 bilhões, mas, agora, esse problema já não é tão grave.
Por outro lado, as compras de dólares feitas pelo BC ajudam a evitar uma valorização mais forte do real. Para Maristela Ansanelli, economista-chefe do Banco Fibra, "as reservas não estão num nível absurdamente alto. Países asiáticos têm reservas muito maiores". Além de proteger o Brasil de crises externas, a ação do BC serviria, então, para compensar o forte ingresso de divisas no país.


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