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Reuniões do G20 revelam como a cooperação global deverá ser complexa
14.nov.08/France Presse
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Bush discursa durante jantar na Casa Branca na véspera da cúpula do G20; Lula e o chinês Hu Jintao sentaram ao seu lado
DO "NEW YORK TIMES"
Quando o presidente George W. Bush recebeu líderes na
Casa Branca, na noite de sexta-feira, para o que talvez tenha sido um dos últimos jantares formais de sua administração, o tópico era a fragilidade da economia mundial. Em
contraponto à crise financeira, o cardápio farto incluía
costelas de cordeiro assadas
ao tomilho. Mas o mais interessante foi a distribuição dos
convidados à mesa.
No Salão de Jantar de Estado, o lugar à direita de Bush tinha sido reservado para o presidente Lula, que tem se queixado de que países em desenvolvimento, como o Brasil, estão sendo "contaminados por
problemas" que não criaram.
À sua esquerda estava um líder munido de talão de cheques polpudo e do poder que o
acompanha, o presidente da
China, Hu Jintao.
Foi uma ilustração espantosa da maneira como a crise financeira, que se originou em
Wall Street e se espalhou pelo
planeta, vem refazendo a ordem econômica mundial. Ao
insistir em que os países em
desenvolvimento fossem incluídos na reunião de cúpula,
Bush conferiu influência renovada a seus líderes, cada um
dos quais chegou a Washington com agenda própria.
Mas caberá a um novo presidente dos EUA, Barack Obama, decidir como jogar com
esses interesses. A declaração
adotada pelos líderes no sábado prevê a realização de uma
segunda cúpula apenas 101
dias após a posse de Obama.
Mas, em toda parte em
Washington no fim de semana, enquanto comboios de automóveis pretos percorriam a
cidade em alta velocidade e os
melhores hotéis eram marcados com reveladoras barricadas policiais, havia sinais do
desafio que Obama vai enfrentar.
No elegante Willard InterContinental, o presidente
francês, Nicolas Sarkozy, dava
entrevistas após a conferência.
Horas antes, ele estava
brincando com Bush, saudando o presidente com um toque
de punho contra punho, ao estilo de Obama, quando os líderes fizeram pose para a "foto
de família" oficial da cúpula.
Enquanto isso, no Washington Club, um clube particular requintado no Dupont
Circle, o presidente da Rússia,
Dmitri A. Medvedev, falava
para uma multidão que lotava
o Conselho de Relações Exteriores.
Medvedev tinha se
mostrado especialmente
combativo em relação aos Estados Unidos ao falar da economia.
Mais cedo, na reunião de
cúpula no Museu Nacional de
Washington, os líderes conversaram animadamente durante o almoço sobre o livre
comércio e as negociações comerciais internacionais. Lula
fez um discurso acalorado sobre o que o mundo em desenvolvimento quer que o mundo
desenvolvido faça.
Finda a sessão de fotos,
Bush saudou os repórteres e
ofereceu o gesto oficial de
transmissão do cargo com ironia. "Alguns de vocês talvez
ainda não tenham tomado conhecimento, mas estou prestes a me aposentar."
Tradução de CLARA ALLAIN
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