São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Goldman Sachs tem prejuízo
de US$ 2,1 bi

Perda é a 1ª do banco americano em nove anos

DA REDAÇÃO

Até pouco meses considerado o banco americano com melhor desempenho ante a crise, o Goldman Sachs anunciou ontem que teve no seu quarto trimestre fiscal o primeiro prejuízo da instituição desde 1999, quando as suas ações começaram a ser negociadas em Bolsa.
O banco anunciou ontem um prejuízo de US$ 2,1 bilhões no período de três meses, encerrado em 28 de novembro, ante um lucro de US$ 845 milhões no trimestre anterior. "Os nossos resultados no quarto trimestre refletem as condições operacionais extraordinariamente difíceis, incluindo uma aguda queda nos valores em praticamente todas as classes de ativos", afirmou o presidente-executivo da instituição, Lloyd Blankfein, em nota.
O prejuízo, no entanto, foi considerado menos ruim que o esperado por analistas e as ações da instituição subiram 14,35%. Porém, desde o dia 15 de setembro, quando a crise global se agravou, os papéis do banco ainda acumulam desvalorização de 50,72%.
O primeiro resultado negativo do banco é reflexo de um dos períodos mais difíceis para as instituições financeiras, especialmente os bancos de investimento, como era o próprio Goldman Sachs.
Em setembro, dois dos quatro maiores bancos de investimento americanos (Lehman Brothers e Merrill Lynch) foram vendidos ou pediram concordata, enquanto os líderes do setor, Goldman Sachs e Morgan Stanley, optaram por se tornar bancos comerciais para poder recorrer à ajuda do Fed (o BC dos Estados Unidos) e continuar sobrevivendo.
Além de se tornar banco comercial, encerrando uma era em Wall Street, o Goldman Sachs recebeu, a partir de setembro, uma injeção de US$ 10 bilhões do governo americano como parte do pacote de ajuda de US$ 700 bilhões às instituições financeiras e levantou o mesmo montante com a venda de suas ações -metade do valor foi obtida com o megainvestidor Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo.
Ainda assim, o Goldman Sachs tem resultados melhores que a maioria dos grandes bancos americanos desde o terceiro trimestre do ano passado, quando começaram a ser sentidos os primeiros efeitos da crise. Desde o período, ele acumula lucro de US$ 5,5 bilhões. O Citigroup, por exemplo, já perdeu US$ 18,8 bilhões.

Mais quebras
A FDIC (órgão garantidor dos depósitos bancários nos EUA), que supervisionou o fechamento de 25 bancos neste ano, quase duplicou seu orçamento anual de 2009, a fim de aumentar o seu quadro de funcionários de modo a administrar o fechamento previsto de mais instituições financeiras.
A FDIC separou até US$ 1 bilhão para administrar as falências de bancos no ano que vem, em relação aos atuais US$ 150 milhões. O órgão pretende aumentar seu número de funcionários de 5.721 para 6.269.
O órgão regulamenta bancos e assegura os depósitos de 8.384 instituições do país com US$ 13,6 trilhões em ativos, segundo dados do terceiro trimestre. Entre os bancos que faliram neste ano, estava o Wa- shington Mutual, na maior quebra de uma instituição financeira norte-americana.


Com a Bloomberg


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