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Goldman Sachs tem prejuízo
de US$ 2,1 bi
Perda é a 1ª do banco americano em nove anos
DA REDAÇÃO
Até pouco meses considerado o banco americano com melhor desempenho ante a crise, o
Goldman Sachs anunciou ontem que teve no seu quarto trimestre fiscal o primeiro prejuízo da instituição desde 1999,
quando as suas ações começaram a ser negociadas em Bolsa.
O banco anunciou ontem um
prejuízo de US$ 2,1 bilhões no
período de três meses, encerrado em 28 de novembro, ante
um lucro de US$ 845 milhões
no trimestre anterior. "Os nossos resultados no quarto trimestre refletem as condições
operacionais extraordinariamente difíceis, incluindo uma
aguda queda nos valores em
praticamente todas as classes
de ativos", afirmou o presidente-executivo da instituição,
Lloyd Blankfein, em nota.
O prejuízo, no entanto, foi
considerado menos ruim que o
esperado por analistas e as
ações da instituição subiram
14,35%. Porém, desde o dia 15
de setembro, quando a crise
global se agravou, os papéis do
banco ainda acumulam desvalorização de 50,72%.
O primeiro resultado negativo do banco é reflexo de um dos
períodos mais difíceis para as
instituições financeiras, especialmente os bancos de investimento, como era o próprio
Goldman Sachs.
Em setembro, dois dos quatro maiores bancos de investimento americanos (Lehman
Brothers e Merrill Lynch) foram vendidos ou pediram concordata, enquanto os líderes do
setor, Goldman Sachs e Morgan Stanley, optaram por se
tornar bancos comerciais para
poder recorrer à ajuda do Fed
(o BC dos Estados Unidos) e
continuar sobrevivendo.
Além de se tornar banco comercial, encerrando uma era
em Wall Street, o Goldman
Sachs recebeu, a partir de setembro, uma injeção de US$ 10
bilhões do governo americano
como parte do pacote de ajuda
de US$ 700 bilhões às instituições financeiras e levantou o
mesmo montante com a venda
de suas ações -metade do valor
foi obtida com o megainvestidor Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo.
Ainda assim, o Goldman
Sachs tem resultados melhores
que a maioria dos grandes bancos americanos desde o terceiro trimestre do ano passado,
quando começaram a ser sentidos os primeiros efeitos da crise. Desde o período, ele acumula lucro de US$ 5,5 bilhões. O
Citigroup, por exemplo, já perdeu US$ 18,8 bilhões.
Mais quebras
A FDIC (órgão garantidor
dos depósitos bancários nos
EUA), que supervisionou o fechamento de 25 bancos neste
ano, quase duplicou seu orçamento anual de 2009, a fim de
aumentar o seu quadro de funcionários de modo a administrar o fechamento previsto de
mais instituições financeiras.
A FDIC separou até US$ 1 bilhão para administrar as falências de bancos no ano que vem,
em relação aos atuais US$ 150
milhões. O órgão pretende aumentar seu número de funcionários de 5.721 para 6.269.
O órgão regulamenta bancos
e assegura os depósitos de
8.384 instituições do país com
US$ 13,6 trilhões em ativos, segundo dados do terceiro trimestre. Entre os bancos que faliram neste ano, estava o Wa-
shington Mutual, na maior
quebra de uma instituição financeira norte-americana.
Com a Bloomberg
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