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Banco público poderá conceder crédito a quem deve à Receita
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo determinou ontem que os bancos públicos poderão conceder empréstimos
para clientes que estejam devendo impostos, taxas e contribuições. A justificativa apresentada pela Receita Federal,
que elaborou a medida, foi a falta de crédito gerada pela crise.
A permissão de conceder empréstimos para inadimplentes
com o fisco foi incluída na medida provisória que alterou a
tabela do Imposto de Renda da
pessoa física e criou duas novas
alíquotas. Com isso, empresas e
pessoas jurídicas que deixaram
de pagar impostos poderão pedir empréstimos no Banco do
Brasil, na Caixa Econômica Federal e no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
A medida, que vale desde ontem, terá duração de seis meses. Na prática, uma empresa
que deixou de pagar contribuição previdenciária ou IR, por
exemplo, ainda poderá pegar
um empréstimo para pagar os
salários do mês seguinte. A inadimplência pode ser referente
a qualquer tributo. Não há restrições quanto ao valor devido
nem ao período em que o imposto de deixou de ser pago.
"Isso não tem nada a ver com
a inadimplência na arrecadação da Receita. Foi uma forma
de o governo garantir crédito
para as empresas", disse o assessor técnico da Subsecretaria
de Tributação, Sandro Serpa.
Ele acrescentou que a empresa
beneficiada pela nova regra não
deixa de ser devedora. A medida também não significa que o
fisco vá ignorar a cobrança do
débito, segundo ele.
A MP estabelece que, nesse
prazo, as pessoas físicas ou jurídicas estão desobrigadas de
apresentar a CND (Certidão
Negativa de Débito) na hora de
contratar empréstimos com as
instituições financeiras públicas. O sistema que emite essa
certidão é integrado com a Receita e a Procuradoria Geral da
Fazenda, ou seja, inclui débitos
já inscritos na dívida ativa e impostos que deixaram de ser pagos no mês anterior.
Procurados, BB e Caixa informaram que ainda estão avaliando a medida e, por isso, não
quiseram se pronunciar.
Essa é mais uma ação adotada pelo governo na tentativa de
remediar os problemas de escassez de crédito enfrentados
pelas empresas desde que a crise internacional se abateu sobre o Brasil.
Construção civil
O governo também ampliou
para o fim de 2010 o prazo para
que empresas de construção civil permaneçam no regime cumulativo de pagamento de impostos. O prazo terminaria neste ano. Com isso, as empreiteiras poderão pagar 3% de Cofins
e 0,65% de PIS. No regime não-cumulativo, esses tributos somariam 9,75%.
(JULIANA ROCHA)
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