São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Déficit da Previdência deve cair pela primeira vez em 13 anos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com base no resultado do déficit previdenciário acumulado até novembro, o governo reviu para baixo a projeção para o desequilíbrio nas contas da Previdência em 2008 e afirma que, pela primeira vez desde 1995, o saldo negativo cairá ao final deste ano. A previsão é encerrar o período com cerca de R$ 36 bilhões no vermelho.
Pelos cálculos iniciais, o déficit chegaria a R$ 44 bilhões. "No cenário mais otimista, trabalhamos com R$ 36,08 bilhões. No menos, chega a R$ 36,5 bilhões. Desde 1995, a Previdência passou a ter resultado negativo. Desde então, o desequilíbrio só vinha subindo. Chegou a estacionar em 2001, mas agora vai cair", declarou o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer.
Segundo ele, em 2007, o déficit previdenciário atingiu 1,75% do PIB (soma das riquezas produzidas no país em um ano). Neste ano, projeta-se 1,27%. Em valores nominais, o resultado negativo de 2007 ficou em R$ 44,8 bilhões e, espera a Previdência, cairá para R$ 36 bilhões, aproximadamente. A recuperação se explica pelo bom desempenho do mercado de trabalho neste ano.
Em novembro, o rombo foi de R$ 4,224 bilhões. O número representa um crescimento -acima da inflação- de 120% ante outubro deste ano. Na comparação com novembro de 2007, o aumento foi de 53,9%. Na avaliação do secretário, o dado de novembro está distorcido por conta do pagamento de parte do 13º salário aos aposentados e pensionistas.
No mês passado, o governo gastou R$ 1,4 bilhão com o pagamento da segunda metade da gratificação a parte dos aposentados. Outra parte recebeu o 13º nos cinco primeiros dias deste mês. Em 2007, o 13º saiu integralmente em dezembro.
Com a divisão, o governo antecipou para novembro parte da despesa de dezembro, elevando o déficit. O saldo negativo acumulado até o mês passado pulou para R$ 38,8 bilhões. Neste mês, a arrecadação da Previdência será turbinada com o recolhimento das contribuições sobre o 13º, o que deve resultar num superávit de R$ 1,8 bilhão para dezembro.
(JULIANNA SOFIA)


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