São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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CNI prevê Brasil em recessão ao final do 1º trimestre de 2009

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Confederação Nacional da Indústria projetou ontem que a economia brasileira sofrerá retração no último trimestre deste ano e no primeiro trimestre do ano que vem, o que colocaria o país tecnicamente em recessão, por influência da crise financeira mundial. Segundo a CNI, o PIB brasileiro crescerá apenas 2,4% em 2009.
"A CNI estima que no primeiro trimestre de 2009 o PIB mantenha a trajetória de queda, registrando redução adicional de 1,1%, frente ao trimestre anterior (...). Esse movimento, se confirmado, caracterizará uma recessão na economia brasileira", diz trecho do documento divulgado ontem pela entidade.
A retração de janeiro a março do ano que vem se deve à forte desaceleração no último trimestre do ano, quando a economia deve cair 1,5%, de acordo com a entidade. Se for assim, o PIB cresceria 5,7% neste ano.
"A queda do PIB no quarto trimestre de 2008 será suficiente para, praticamente, anular o efeito carregamento de 2009 (...). Ou seja, o crescimento econômico do ano que vem não terá qualquer impulso estatístico do crescimento de 2008", aponta o texto.
A CNI enumera três fatores principais para a redução na atividade econômica: 1) a queda no consumo interno, provocada pelas restrições de crédito e desemprego; 2) forte redução nos investimentos privados por conta da menor demanda e altos estoques; e 3) desaceleração econômica nas maiores economias do mundo, reduzindo a demanda externa.
Diante deste cenário, a CNI estimou que a indústria vai crescer 1,8% no ano que vem, contra 6% neste ano.
O consumo das famílias, que alavancou o crescimento nos últimos anos, terá crescimento de 3% em 2009, contra 6,1% neste ano. O desemprego, que deve fechar 2008 em 7,9% na estimativa da confederação, atingirá 8,2% no ano que vem.
"Estamos realmente ingressando num cenário novo e até certo ponto desconhecido. O que marca essa crise é a dificuldade de prever a extensão deste processo e até sua profundidade", avaliou o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), que preside a CNI.


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