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CNI prevê Brasil em recessão ao final do 1º trimestre de 2009
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Confederação Nacional da
Indústria projetou ontem que a
economia brasileira sofrerá retração no último trimestre deste ano e no primeiro trimestre
do ano que vem, o que colocaria
o país tecnicamente em recessão, por influência da crise financeira mundial. Segundo a
CNI, o PIB brasileiro crescerá
apenas 2,4% em 2009.
"A CNI estima que no primeiro trimestre de 2009 o PIB
mantenha a trajetória de queda, registrando redução adicional de 1,1%, frente ao trimestre
anterior (...). Esse movimento,
se confirmado, caracterizará
uma recessão na economia brasileira", diz trecho do documento divulgado ontem pela
entidade.
A retração de janeiro a março
do ano que vem se deve à forte
desaceleração no último trimestre do ano, quando a economia deve cair 1,5%, de acordo
com a entidade. Se for assim, o
PIB cresceria 5,7% neste ano.
"A queda do PIB no quarto
trimestre de 2008 será suficiente para, praticamente, anular o efeito carregamento de
2009 (...). Ou seja, o crescimento econômico do ano que vem
não terá qualquer impulso estatístico do crescimento de
2008", aponta o texto.
A CNI enumera três fatores
principais para a redução na
atividade econômica: 1) a queda no consumo interno, provocada pelas restrições de crédito
e desemprego; 2) forte redução
nos investimentos privados
por conta da menor demanda e
altos estoques; e 3) desaceleração econômica nas maiores
economias do mundo, reduzindo a demanda externa.
Diante deste cenário, a CNI
estimou que a indústria vai
crescer 1,8% no ano que vem,
contra 6% neste ano.
O consumo das famílias, que
alavancou o crescimento nos
últimos anos, terá crescimento
de 3% em 2009, contra 6,1%
neste ano. O desemprego, que
deve fechar 2008 em 7,9% na
estimativa da confederação,
atingirá 8,2% no ano que vem.
"Estamos realmente ingressando num cenário novo e até
certo ponto desconhecido. O
que marca essa crise é a dificuldade de prever a extensão deste processo e até sua profundidade", avaliou o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), que preside a CNI.
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