São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

BNDES viabilizou modernização e exportações, dizem empresas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

A Folha entrou em contato com as empresas privatizadas que mais receberam empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nem todas quiseram se manifestar. Foram contatadas também a Oxiteno e a Barcas S.A.
O diretor de Marketing da Oxiteno, Eduardo Palma, disse que o BNDES é a única fonte de financiamento de longo prazo no mercado interno disponível para as empresas de capital nacional.
Ele diz que, sem o crédito concedido pelo banco, as empresas brasileiras teriam muitas dificuldades para enfrentar a concorrência das estrangeiras, que contam com fontes de recursos mais baratas e de prazo maior no exterior.
Em 1993, o Grupo Ultra, controlador da Oxiteno, adquiriu a participação (minoritária) que a Petroquisa (subsidiária da Petrobras) detinha na empresa.
Por suas ações na Oxiteno, que sempre foi privada, o governo recebeu US$ 53 milhões. De lá para cá, o BNDES emprestou US$ 98,5 milhões à Oxiteno.
De 1993 até o ano passado, segundo Palma, a empresa aumentou bastante sua produção e as exportações. Do faturamento anual da companhia (em torno de R$ 1 bilhão), aproximadamente 30% se devem às vendas para o exterior.

Acesita
A Acesita informou que os empréstimos liberados pelo BNDES foram utilizados para modernização e ampliação da produção.
Segundo a assessoria da companhia, a Acesita investiu US$ 781 milhões entre 1992 e 2002. Em 2002, as exportações representavam 35,8% de sua receita líquida, contra 16,9% em 1998.
A Telemar não confirmou os valores dos financiamentos anotados em documento do BNDES. Alegou que não dispôs de tempo suficiente para conferir os dados. A reportagem procurou a empresa na noite de quinta-feira. Informou que os empréstimos contraídos no BNDES são importantes, apesar de ter destacado que não refletem o maior volume da carteira de crédito da companhia.
Segundo a assessoria da empresa, desde que foi privatizada, a Telemar já investiu cerca de US$ 10 bilhões no Brasil, cumprindo as metas de universalização do serviço de telefonia definidas pelo governo.

Elétricas
A Light e a Eletropaulo informaram que a maior parte do crédito tomado no BNDES foi captada mediante lei do governo para compensar as distribuidoras de energia elétrica pelos efeitos do racionamento de 2001/2002.
Segundo a Eletropaulo, cerca de 90% do dinheiro obtido no banco corresponderam ao crédito para a compensação do racionamento. Os outros 10% foram tomados para compra de equipamentos e expansão da rede.
Procuradas pela Folha, Embraer e Brasil Telecom não quiseram se pronunciar. A Barcas S.A. (antiga Conerj, comprada pelas empresas Andrade Gutierrez, Auto Viação 1001, Wilson Sons e RJ Administração e Participações) e a CPFL, contatadas pela reportagem na sexta-feira, informaram que não localizaram dirigentes das empresas autorizados a falar.
A Usiminas e a CST não responderam aos telefonemas. A reportagem não conseguiu encontrar os assessores da CSN, que não estavam na sede da empresa.


Texto Anterior: Governo injeta US$ 15,6 bi em privatizadas
Próximo Texto: Grampo e protestos marcam privatizações
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.