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OUTRO LADO
BNDES viabilizou modernização e exportações, dizem empresas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
A Folha entrou em contato com
as empresas privatizadas que
mais receberam empréstimos do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nem todas quiseram se manifestar. Foram contatadas também a Oxiteno e a Barcas S.A.
O diretor de Marketing da Oxiteno, Eduardo Palma, disse que o
BNDES é a única fonte de financiamento de longo prazo no mercado interno disponível para as
empresas de capital nacional.
Ele diz que, sem o crédito concedido pelo banco, as empresas
brasileiras teriam muitas dificuldades para enfrentar a concorrência das estrangeiras, que contam
com fontes de recursos mais baratas e de prazo maior no exterior.
Em 1993, o Grupo Ultra, controlador da Oxiteno, adquiriu a participação (minoritária) que a Petroquisa (subsidiária da Petrobras) detinha na empresa.
Por suas ações na Oxiteno, que
sempre foi privada, o governo recebeu US$ 53 milhões. De lá para
cá, o BNDES emprestou US$ 98,5
milhões à Oxiteno.
De 1993 até o ano passado, segundo Palma, a empresa aumentou bastante sua produção e as exportações. Do faturamento anual
da companhia (em torno de R$ 1
bilhão), aproximadamente 30%
se devem às vendas para o exterior.
Acesita
A Acesita informou que os empréstimos liberados pelo BNDES
foram utilizados para modernização e ampliação da produção.
Segundo a assessoria da companhia, a Acesita investiu US$ 781
milhões entre 1992 e 2002. Em
2002, as exportações representavam 35,8% de sua receita líquida,
contra 16,9% em 1998.
A Telemar não confirmou os
valores dos financiamentos anotados em documento do BNDES.
Alegou que não dispôs de tempo
suficiente para conferir os dados.
A reportagem procurou a empresa na noite de quinta-feira. Informou que os empréstimos contraídos no BNDES são importantes,
apesar de ter destacado que não
refletem o maior volume da carteira de crédito da companhia.
Segundo a assessoria da empresa, desde que foi privatizada, a Telemar já investiu cerca de US$ 10
bilhões no Brasil, cumprindo as
metas de universalização do serviço de telefonia definidas pelo
governo.
Elétricas
A Light e a Eletropaulo informaram que a maior parte do crédito
tomado no BNDES foi captada
mediante lei do governo para
compensar as distribuidoras de
energia elétrica pelos efeitos do
racionamento de 2001/2002.
Segundo a Eletropaulo, cerca de
90% do dinheiro obtido no banco
corresponderam ao crédito para a
compensação do racionamento.
Os outros 10% foram tomados
para compra de equipamentos e
expansão da rede.
Procuradas pela Folha, Embraer e Brasil Telecom não quiseram se pronunciar. A Barcas S.A.
(antiga Conerj, comprada pelas
empresas Andrade Gutierrez, Auto Viação 1001, Wilson Sons e RJ
Administração e Participações) e
a CPFL, contatadas pela reportagem na sexta-feira, informaram
que não localizaram dirigentes
das empresas autorizados a falar.
A Usiminas e a CST não responderam aos telefonemas. A reportagem não conseguiu encontrar
os assessores da CSN, que não estavam na sede da empresa.
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