FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O processo no qual produtores norte-americanos de camarão acusaram Brasil, China, Tailândia, Vietnã, Índia e Equador de prática de dumping deve ser julgado no próximo dia 20 pelo Departamento de Comércio Exterior dos EUA. Se considerar a ação procedente, o departamento poderá impor sobretaxas ao camarão importado dos seis países.
O ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch, disse anteontem, em Santos (SP), que enviou na última quinta-feira à embaixadora dos EUA no Brasil, Donna Hrinak, uma lista de dez empresas norte-americanas produtoras e exportadoras de camarão instaladas no Nordeste, cujos proprietários deverão ser ouvidos pela embaixada a respeito da atividade no país.
Os produtores dos EUA acusam o Brasil de oferecer aos produtores nacionais vantagens que prejudicam o livre comércio. O governo nega a concessão de subsídios e argumenta que a competitividade do camarão brasileiro decorre da elevada produtividade.
Do total de camarão importado pelos EUA, somente 5% são comprados de empresas brasileiras, mas, para o Brasil, essa parcela corresponde a 45% das exportações nacionais do produto.
Fritsch disse acreditar que o mercado consumidor norte-americano auxiliará o Brasil nessa disputa. Como os EUA não são auto-suficientes no produto, ele prevê alta de preços caso o camarão importado seja sobretaxado.
O ministro esteve ontem em Santos para participar da cerimônia de transferência dos terminais pesqueiros de Santos e Cananéia da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a Secretaria da Pesca. Ele estipulou prazo de 90 dias para a confecção de projetos de gestão dos terminais.


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