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Subprocurador reclama de acesso a informação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O subprocurador-geral da República Moacir Morais Filho afirmou ontem que o relator do caso
Nestlé/Garoto no Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica), Thompson Andrade, está
dificultando o acesso do Ministério Público Federal a informações
sobre o processo.
"O relator Thompson Andrade,
por ser da área de economia e não
compreender bem os princípios
do processo administrativo, vem
criando certas dificuldades, por
sua assessoria, para atender aos
requerimentos do Ministério Público no que pertine à sua intenção de oferecimento de embargos", declarou Morais Filho.
Na semana passada, ele anunciou que entraria com embargos
de declaração para esclarecer
pontos omissos e contraditórios
da decisão do Cade, que mandou
a Nestlé desfazer a compra da Garoto -ele solicitou ao relator o
conteúdo de seu voto e o dos demais conselheiros e afirma não ter
tido resposta. O embargo de declaração é um mecanismo jurídico utilizado quando há obscuridade, omissão ou contradição no
voto ou na decisão em si, segundo
a resolução 26/02 do Cade.
"Não apenas o fundamento da
decisão pode ser objeto de embargos, como igualmente os itens que
encerram a sua conclusão no que
diz respeito à alienação dos ativos
adquiridos da Garoto no ato de
concentração", disse.
Ele diz que o processo poderia
ser contestado do ponto de vista
formal porque, durante a instrução complementar realizada pelo
relator, não houve audiência com
o Ministério Público Federal.
O conselho sofre pressão de
congressistas, do governo do Espírito Santo e da Prefeitura de Vila
Velha para rever sua decisão.
"Acredito que o Cade, seguindo
seus preceitos, poderia ter adotado uma decisão menos agressiva e
mais consentânea com os interesses sociais e econômicos do Estado e dos consumidores em geral",
afirmou o subprocurador.
Após as declarações de Morais
Filho, no início da noite, a Folha
não conseguiu entrar em contato
com Thompson ou a assessoria
do Cade para comentar o assunto.
(JULIANNA SOFIA)
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