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FINANÇAS
Participação entre os devolvidos ficou em 20% durante o ano passado
Cheques fraudados dobram em 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
A quantidade de cheques clonados, roubados ou fraudados dobrou no ano passado em relação a
2002 e 2001. Em 2003, a participação entre os devolvidos era 20%,
enquanto que no ano retrasado e
em 2001 era de cerca de 10%.
O prejuízo para o comércio com
fraudes, segundo a Abracheque
(Associação Brasileira das Empresas de Informação, Verificação e Garantia de Cheques), foi de
R$ 12,3 milhões no ano passado.
De acordo com dados da entidade, no ano passado foram devolvidos 49,5 milhões cheques.
Em 2002 foram 46 milhões e em
2001, 41 milhões.
Segundo o presidente da associação, Carlos Pastor, o crescimento das fraudes ocorreu devido ao maior acesso de golpistas a
impressoras sofisticadas, usadas
para imprimir cheques falsos.
"Atualmente, impressoras de
ponta estão mais baratas e de melhor qualidade. Elas custam de R$
200 a R$ 3.000", afirma Pastor.
Segundo a entidade, existem
dois tipos de clonagem: a manual
e a mecânica. No primeiro tipo,
quem frauda utiliza uma folha de
cheque verdadeira e apaga, com
uma solução química, o nome e
números de documentos, trocando por outras informações.
"É o principal tipo de fraude utilizada atualmente. Na mesma linha, o que também acontece bastante é o golpista apagar o nome
da praça do cheque e substituir
por outra, para eliminar o problema das lojas que orientam seus
funcionários a aceitar somente
cheques de determinado local."
A forma mecânica de fraudar
um cheque, conforme a associação, é a impressão a laser de folhas
de cheque em nome de usuários,
verdadeiros ou não. De acordo
com Pastor, algumas quadrilhas
de fraudadores chegam a falsificar
até a tarja magnética de cheques.
No caso dos cheques clonados,
o mais comum é o golpista roubar
ou furtar um cheque e escanear a
folha, mudando depois o número
de série final.
O que também contribui para o
crescimento das fraudes é o fato
de que é possível encontrar no comércio informal produtos como
CDs que trazem o fundo de diversos cheques ou um pó utilizado na
confecção de tarjas magnéticas.
Cuidados
Segundo Pastor, a melhor forma
de evitar grandes desfalques é
acompanhar com freqüência a
movimentação da conta bancária.
"Se perceber algo errado em um
primeiro desfalque, dá tempo de a
pessoa impedir outros cancelando o cheque", diz.
Além disso, é importante não
deixar espaços em branco ou aceitar canetas de estranhos na hora
de preencher o valor da compra.
"Há golpistas que entregam
uma caneta com tinta que sai facilmente e depois trocam o valor",
alerta Pastor.
Outras medidas importantes,
segundo a entidade, são evitar rasuras e preencher os cheques nominalmente.
(MAELI PRADO)
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