São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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FINANÇAS

Participação entre os devolvidos ficou em 20% durante o ano passado

Cheques fraudados dobram em 2003

DA REPORTAGEM LOCAL

A quantidade de cheques clonados, roubados ou fraudados dobrou no ano passado em relação a 2002 e 2001. Em 2003, a participação entre os devolvidos era 20%, enquanto que no ano retrasado e em 2001 era de cerca de 10%.
O prejuízo para o comércio com fraudes, segundo a Abracheque (Associação Brasileira das Empresas de Informação, Verificação e Garantia de Cheques), foi de R$ 12,3 milhões no ano passado.
De acordo com dados da entidade, no ano passado foram devolvidos 49,5 milhões cheques. Em 2002 foram 46 milhões e em 2001, 41 milhões.
Segundo o presidente da associação, Carlos Pastor, o crescimento das fraudes ocorreu devido ao maior acesso de golpistas a impressoras sofisticadas, usadas para imprimir cheques falsos.
"Atualmente, impressoras de ponta estão mais baratas e de melhor qualidade. Elas custam de R$ 200 a R$ 3.000", afirma Pastor.
Segundo a entidade, existem dois tipos de clonagem: a manual e a mecânica. No primeiro tipo, quem frauda utiliza uma folha de cheque verdadeira e apaga, com uma solução química, o nome e números de documentos, trocando por outras informações.
"É o principal tipo de fraude utilizada atualmente. Na mesma linha, o que também acontece bastante é o golpista apagar o nome da praça do cheque e substituir por outra, para eliminar o problema das lojas que orientam seus funcionários a aceitar somente cheques de determinado local."
A forma mecânica de fraudar um cheque, conforme a associação, é a impressão a laser de folhas de cheque em nome de usuários, verdadeiros ou não. De acordo com Pastor, algumas quadrilhas de fraudadores chegam a falsificar até a tarja magnética de cheques.
No caso dos cheques clonados, o mais comum é o golpista roubar ou furtar um cheque e escanear a folha, mudando depois o número de série final.
O que também contribui para o crescimento das fraudes é o fato de que é possível encontrar no comércio informal produtos como CDs que trazem o fundo de diversos cheques ou um pó utilizado na confecção de tarjas magnéticas.

Cuidados
Segundo Pastor, a melhor forma de evitar grandes desfalques é acompanhar com freqüência a movimentação da conta bancária. "Se perceber algo errado em um primeiro desfalque, dá tempo de a pessoa impedir outros cancelando o cheque", diz.
Além disso, é importante não deixar espaços em branco ou aceitar canetas de estranhos na hora de preencher o valor da compra.
"Há golpistas que entregam uma caneta com tinta que sai facilmente e depois trocam o valor", alerta Pastor.
Outras medidas importantes, segundo a entidade, são evitar rasuras e preencher os cheques nominalmente.
(MAELI PRADO)


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