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Bovespa sobe, e investidor vende ações
Recuperação da Bolsa leva aplicador a se desfazer dos papéis para lucrar
Saldo das operações de
pessoa física no mês está
negativo em R$ 846,02 mi;
fundos de ações também
têm perdido aplicações
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A recuperação ensaiada pela
Bolsa de Valores de São Paulo
neste mês levou muito investidor pessoa física a aproveitar
para se desfazer de ações e embolsar algum lucro. Tanto que o
saldo das operações feitas pela
categoria na Bolsa passou a ser
negativo no mês.
Dados da própria Bolsa mostram que o saldo dos negócios
do investidor pessoa física está
negativo em R$ 846,02 milhões
no mês, até o dia 13. Isso significa que a categoria mais vendeu
do que comprou ações no período. Ou seja, se, em janeiro,
que foi o pior mês para a Bovespa desde maio de 2006, o investidor de varejo se manteve calmo, não correndo para vender
ações, em fevereiro essa história mudou. A Bolsa caiu 6,88%
no primeiro mês do ano.
Com a Bovespa entrando em
ritmo de alta -chegou a acumular valorização mensal de
5,21% no último dia 13-, investidores aproveitaram para recuperar parte das perdas sofridas com as baixas do mercado
acionário no mês anterior.
O balanço das operações de
janeiro mostrou que naquele
mês a pessoa física mais comprou que vendeu ações no
montante de R$ 2,31 bilhões.
"Muita gente aproveita a melhora do mercado para realizar
um pouco de lucro", avalia Luiz
Roberto Monteiro, assessor de
investimentos da corretora
Souza Barros. "Especialmente
os novos investidores, que estão desacostumados, acabam
se assustando com as oscilações da Bolsa", diz.
Fundos de ações
Os fundos de ações também
sentiram movimento parecido.
A captação líquida (diferença
entre aplicações e saques) da
categoria marcava resultado
negativo de R$ 174,85 milhões
neste mês, até o dia 11. Em janeiro, a captação desses fundos
foi positiva em R$ 319,78 milhões, como revela levantamento realizado pela Anbid
(Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
"A Bolsa de Valores tem dado
muita chance para as pessoas
saírem", diz o administrador de
investimentos Fábio Colombo.
"A alta recente serviu para muitos equilibrarem suas aplicações", afirma.
Colombo lembra que muito
investidor acabou se empolgando com a Bolsa e "colocou
parcelas muito elevadas de suas
economias em ações".
Maior interesse
A participação do investidor
pessoa física nas operações da
Bovespa não está em seu pico.
Mas isso decorre mais de uma
movimentação mais forte de
outros segmentos do que de
uma diminuição de interesse
do pequeno investidor. O segmento representa atualmente
24% do total das operações realizadas. O ano mais representativo foi o de 2004, quando a categoria respondeu por 27,5%
dos negócios.
Se for considerado o número
total de pessoas físicas que operam na Bolsa, a cifra só aumentou nos últimos tempos.
Os 255,77 mil investidores
pessoa física cadastrados na
CBLC (Companhia Brasileira
de Liquidação e Custódia) em
junho do ano passado, passaram a ser 456,55 mil em dezembro. Em janeiro, essa cifra havia
se elevado para 466,83 mil contas cadastradas.
O maior número de estréias
de ações na Bolsa -os IPOs
(oferta inicial de ações) mais
que dobraram em 2007, chegando a 64- trouxe junto novos investidores. O IPO de
maior destaque, no que diz respeito à valorização na estréia,
foi o da Bovespa Holding, cujas
ações subiram 52,13% em seu
primeiro pregão.
Além de aplicar mais diretamente na Bolsa, o pequeno investidor tem buscado se juntar
a seus pares. Assim, criam um
clube de investimento, somam
suas economias e aplicam juntos nas ações.
Em janeiro, houve o surgimento de 85 novos clubes, o
maior número registrado em
um mês. Hoje há 2.236 desses
clubes cadastrados na Bovespa.
Em dezembro, o patrimônio líquido deles totalizava R$ 14,78
bilhões, com mais de 154 mil
cotistas inscritos.
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