DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a pessoa física tem buscado embolsar parte dos ganhos alcançados nas últimas semanas, o investidor estrangeiro tem comprado com maior apetite ações de companhias brasileiras neste mês.
Destaque na ponta de vendas em janeiro, os estrangeiros reverteram sua posição. Até o dia 12 deste mês, os estrangeiros mais compraram que venderam ações na Bolsa de Valores de São Paulo no montante de R$ 852,96 milhões.
No primeiro mês de 2008, o balanço das operações feitas com capital externo na Bovespa ficou negativo em R$ 4,73 bilhões -pior resultado mensal da história.
Os estrangeiros têm se mantido como categoria líder na Bovespa desde 2005. Atualmente, respondem por 36% das operações feitas no mercado acionário local. No fim da década de 90, os estrangeiros respondiam por cerca de 22% das operações feitas.
O cenário internacional turbulento afastou o capital externo da Bovespa em janeiro. O Brasil é um dos emergentes com maior liquidez internacional. Isso significa que há maior facilidade de vender ativos do país. Dessa forma, nos períodos mais turbulentos no mercado internacional, quando os investidores necessitam fazer caixa para tapar perdas sofridas, acabam se desfazendo de ações e outros títulos de países como o Brasil que, como é o caso agora, estão passando por um momento econômico positivo.
O que pode intensificar ainda mais a participação de grandes investidores internacionais no mercado brasileiro é a conquista do esperado "investment grade" (grau de investimento) pelo país. Concedido pelas agências de classificação de risco, como a Standard & Poor's e a Fitch Ratings, o "investment grade" é dado a países que representam baixíssima possibilidade de darem calote em suas dívidas. A expectativa é que o Brasil chegue a esse nível ainda em 2008. Muitos fundos internacionais só podem aplicar recursos em países que já receberam o "investment grade".
(FABRICIO VIEIRA)


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