São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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Inflação ao consumidor nos EUA deve afetar mercado

Ata da última reunião do Fed também sairá nesta semana

DA REPORTAGEM LOCAL

Importantes dados da economia norte-americana serão divulgados nesta semana, o que tende a fazer com que os próximos dias sejam agitados no mercado financeiro global.
Como o desempenho da economia norte-americana está no centro das preocupações, cada dado apresentado no país tem influenciado o humor dos investidores.
O dia de agenda mais pesada na semana é a quarta-feira. Neste dia, haverá a divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor norte-americano) de janeiro.
A expectativa é que o CPI fique em torno de 0,3%. Qualquer taxa muito acima disso irá mexer com os mercados. Isso porque um cenário de risco de pressão inflacionária limita o poder de atuação do Fed (o banco central dos EUA) no que diz respeito a futuros cortes nos juros americanos.
A expectativa do mercado é que os juros voltem a ser reduzidos nos EUA, encerrando o semestre em 2,5% anuais. Neste ano, os juros já foram cortados de 4,25% para 3%.
Na semana passada, o presidente do Fed, Ben Bernanke, afirmou em discurso no Senado que os juros podem voltar a cair se assim for necessário para estimular a maior economia do mundo.
Outro fato relevante será a divulgação da ata do último encontro do Fomc (comitê do banco central dos EUA, que define os juros do país). Esse documento é muito aguardado por trazer explicações sobre as decisões dos dirigentes do Fed, além de sinalizar o futuro da política monetária.
"Na quarta-feira, dois importantes dados serão divulgados, destacando-se o CPI e depois a ata do Fomc. Tendo em vista este cenário de novas divulgações, devemos esperar certa continuidade da volatilidade", avalia a corretora Coinvalores.
O grande temor do mercado é que os EUA entrem em um período de recessão. A confirmação de um cenário desse faria com que as empresas tivessem seus resultados afetados, devido à queda no consumo e no poder aquisitivo das pessoas. Antes que isso se concretize, os investidores acabam vendendo ações, tentando se antecipar a dias piores.
Na quinta-feira, os EUA trarão mais alguns dados importantes para se avaliar como anda a economia, que são os indicadores antecedentes de janeiro e o volume de pedidos de seguro-desemprego nas duas primeiras semanas de fevereiro.
"Muito se tem falado dos mecanismos de transmissão da crise financeira nos EUA para os ativos reais daquele país, que, consequentemente, afetam a economia global", afirma Pedro Paulo Silveira, economista da Gradual Corretora.
A Bovespa tem seguido as oscilações do mercado mundial. O rumo tomado pelas Bolsas de Valores americanas e européias acaba tendo muito peso no mercado local.
Porém, se a Bovespa não tem conseguido se isolar da cena internacional, o balanço do ano mostra que o mercado doméstico tem tido melhor sorte que o externo.
No acumulado do ano, o índice Ibovespa, o principal da Bolsa paulista, registra uma baixa de 4,09%.
Nos EUA, o índice Dow Jones, das 30 ações norte-americanas mais negociadas, têm perdas de 6,91%. O resultado da Bolsa eletrônica Nasdaq, dos papéis de empresas de alta tecnologia, é ainda pior: baixa de 12,46% em 2008.
Na Europa,um dos destaques de queda é a Bolsa de Londres, com recuo anual de 10,23%.
E o índice Nikkei, de Tóquio, o mais relevante da Ásia, acumula depreciação de 11,01% neste ano.


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