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FINANCIAMENTOS
Queda é de 65%
Empréstimos do BNDES caem no governo Lula
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) ainda não deslanchou no
governo Lula. É o que mostram as
aprovações de empréstimos realizadas pela nova gestão do banco,
que caíram 65% no primeiro trimestre de 2003 em relação ao
mesmo período de 2003.
Os financiamentos passaram de
R$ 10,625 bilhões nos primeiros
três meses de 2002 para R$ 3,760
bilhões de janeiro a março deste
ano.
Esse é o principal termômetro
da atividade do banco, o principal
financiador de longo prazo do
país. Revela a capacidade que a diretoria -capitaneada pelo presidente do banco, Carlos Lessa-
tem de analisar e dar o sinal verde
para novos empréstimos.
Em parte, segundo especialistas
ouvidos pela Folha e que preferem não se identificar, a relativa
paralisia é motivada por problemas com a inadimplência da empresa norte-americana AES e por
uma grande reestruturação interna. Quase todos os superintendentes do banco foram trocados.
Boa parte dos gerentes foi transferida de área, o que faz com que a
nova administração ainda esteja
em fase de adaptação.
A AES, controladora da Eletropaulo, deve ao banco US$ 1,131 bilhão pela compra de ações da distribuidora paulista na época da
privatização e tem parcelas do débito em atraso. O caso tem consumido muito tempo em negociações e ainda não há um consenso.
O BNDES deu prazo até o fim deste mês para a companhia regularizar a situação.
Outro motivo apontado por especialistas para a queda é a demanda menor por novos financiamentos. As consultas, que refletem o volume de pedidos de
empréstimos, recuaram 57% no
primeiro trimestre em relação a
igual período de 2002. Somaram
R$ 5,608 bilhões -R$ 13,127 bilhões até março de 2002.
Com menos empresários querendo tomar empréstimos, o banco tem menos possibilidades de
aprovar novas linhas de financiamento. Segundo especialistas, é
também um reflexo da redução
do nível de atividade econômica
no começo deste ano.
Desembolsos
O BNDES emprestou menos
nos três primeiros meses deste
ano. O volume total de liberações
de recursos ficou em R$ 5,4 bilhões. A cifra é 14% menor do que
a do primeiro trimestre de 2002,
quando os desembolsos haviam
sido de R$ 6 bilhões.
O motivo da redução, segundo
o BNDES, é um corte no volume
de empréstimos destinados ao
Programa Emergencial de Energia, cujo objetivo é compensar as
distribuidoras pelas perdas com o
racionamento. O programa teve
uma concentração maior no ano
passado, quando o país estava
saindo do racionamento.
Nessa linha, foram liberados R$
654 milhões no primeiro trimestre deste ano, contra R$ 1,1 bilhão
de janeiro a março de 2002.
Para micro e pequenas empresas, houve aumento de 6%. Os financiamentos atingiram R$ 1,62
bilhão no trimestre. Na área social, os desembolsos aumentaram
8%, para R$ 231 milhões. Cresceu
também o total de empréstimos
destinados ao fomento das exportações. A alta foi de 30% -de R$
1,29 bilhão para R$ 1,68 bilhão.
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