São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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PRODUÇÃO

Em março, setor registrou queda pelo quarto mês seguido; petróleo faz Rio ser exceção, com aumento de 6,3%

Indústria de SP produz menos 8%, diz IBGE

DA SUCURSAL DO RIO

A produção das indústrias paulistas despencou 8% em março em relação ao mesmo mês do ano passado. É a quarta queda mensal consecutiva, segundo levantamento regional da produção industrial divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O desempenho paulista foi prejudicado principalmente pelas quedas nos setores de materiais elétricos e de comunicações (29,4%), material de transportes (16,2%) e metalurgia (8,2%), que têm peso relevante na atividade industrial paulista. A indústria química, no entanto, produziu mais 7,2% em março.
"A indústria de materiais elétricos foi afetada pela redução das vendas de microcomputadores, enquanto a de material de transportes foi prejudicada pela queda nas vendas da indústria automobilística", disse a economista Denise Cordovil, do Departamento de Indústria do IBGE.
A indústria do Rio de Janeiro foi a única que se salvou da queda generalizada registrada pelo setor no país em março. Graças à atividade petrolífera, a produção industrial do Estado apresentou aumento de 6,3% em março em relação ao mesmo mês de 2001.
A atividade industrial fluminense também foi favorecida pelo desempenho do setor farmacêutico, que apresentou crescimento de 50,2% em março. O peso maior do setor extrativo mineral, cuja atividade registrou alta de 18,5%, contribuiu para contrabalançar a queda acentuada, de 7%, da indústria de transformação do Rio.
No resultado acumulado dos últimos 12 meses, a indústria do Rio registra alta de 0,1%. No acumulado dos três primeiros meses do ano a alta é de 4,2%.
Segundo a pesquisa do IBGE, na média nacional a indústria apresentou queda de 3,8% em março. Entre os 12 Estados e regiões pesquisados pelo instituto, 11 registraram produção menor.
Os destaques ficaram principalmente por conta das quedas de Pernambuco e do Ceará, cujas fábricas apresentaram redução de 14,6% e 8,4%, respectivamente.
O IBGE atribui a queda das indústrias regionais à desaceleração da economia nos últimos meses. A economista classifica como principal razão para a retração deste ano a base de cálculo elevada de 2001.
"O resultado dos três primeiros meses do ano passado ainda estava influenciado pela alta de 6,5% da atividade industrial no último trimestre de 2000. Com isso, a comparação com março deste ano acabou sendo prejudicada por uma base de comparação muito alta", disse ela.



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