São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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COMBUSTÍVEIS

Governo ouve usineiros

Reunião vai definir produção de álcool

EVANDRO SPINELLI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Líderes dos usineiros de todo o país se reúnem na próxima semana com o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, para discutir regras que assegurem o abastecimento de álcool ao consumidor após a retomada da produção em massa de carros movidos pelo combustível.
Amaral afirmou nesta semana que o governo pretende estimular o aumento da produção desse tipo de veículo.
No mês passado, foram vendidos 3.426 carros a álcool no país, o equivalente a 2,9% do total de veículos comercializados. Em abril de 2001, os carros a álcool foram responsáveis por 0,9% do total de veículos vendidos. Em 1998, representavam 0,1%.
O álcool combustível seria uma alternativa para o consumidor fugir das oscilações do preço internacional do petróleo.
Para isso, no entanto, além de ter provas de que o álcool não vá faltar na bomba, os usineiros têm de dar garantias de que será mantida a estabilidade de preços.
Na prática, o governo quer certeza de que as usinas não vão moer a cana para fabricar açúcar quando o preço desse produto estiver em alta na Europa e, assim, deixar de fabricar o álcool.
A assessoria de imprensa da Unica (União da Agroindústria Canavieira) informou que o setor está disposto a dar as garantias necessárias exigidas pelo governo. De acordo com a entidade, a capacidade instalada das usinas no país é de 16 bilhões de litros de álcool e, no ano passado, produziu apenas 11,5 bilhões entre o álcool anidro (misturado na gasolina) e o hidratado (usado como combustível).
A reunião entre Amaral e os usineiros é para debater as regras de proteção do mercado interno. A reunião ainda não havia sido marcada, mas poder ser na quinta-feira, em Brasília.
Na outra semana, vai ocorrer a reunião do Cima (Conselho Interministerial do Álcool), que vai bater o martelo sobre a decisão governamental de estimular a produção de carros a álcool.
Uma das propostas do ministro do Desenvolvimento que será discutida é que a diferença de preços entre a gasolina e o álcool seja regulada pela Cide (Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico), embutida no preço da gasolina.
A região de Ribeirão Preto (SP), com 41 usinas, é a maior produtora de álcool do Brasil, sendo responsável por 29% da produção.



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