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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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DEBATE ECONÔMICO

Governo Lula faz estréia no Fórum Nacional

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Principal ambiente de debate econômico do país nos últimos anos, o Fórum Nacional terá em sua 15ª edição, que começa na terça-feira, no Rio, a mesma questão-chave dos cinco anos anteriores: o que fazer para o país retomar o desenvolvimento sustentável? A mudança ficará por conta dos presentes. Saem os integrantes da equipe econômica de FHC -nenhum foi convidado- e entram expoentes do governo Lula.
Apesar da ausência de figuras como o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que sempre garantiu polêmica em seus embates com o senador Aloizio Mercadante (PT), o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, organizador do evento, diz que as discussões serão acaloradas.
"A partir de lideranças de pensamentos diferentes é possível chegar a convergências. O fórum foi criado com a concepção de pluralismo", disse.
"Não tem gente do governo passado porque [este governo] está muito no começo. Iria levantar mais fumaça do que fogo, com cada um defendendo o que fez e o outro lado atacando o que deixou de ser feito", afirma Reis Velloso, ao justificar as ausências.
Neste ano, os principais debatedores estão do mesmo lado. Mesmo assim, diz Velloso, eles têm opiniões que muitas vezes não coincidem. É o caso do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, que abrirá o fórum na terça-feira debatendo a agenda do governo para o crescimento sustentado ao lado de Mercadante e do economista Ricardo Carneiro, responsável pelo plano de governo de Lula na sua primeira campanha presidencial (1989).
Autor da chamada agenda perdida, que recomenda a focalização dos gastos sociais, Lisboa foi alvo de crítica de setores do PT e de economistas ligados ao partido, como Maria da Conceição Tavares, defensora de programas de universalização. Mais ortodoxo, Lisboa também tem diferenças ideológicas com Mercadante.
No encerramento, na quinta, estarão presentes os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Guido Mantega (Planejamento) e o presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles.
Palocci falará sobre as bases da política econômica do novo governo. Mantega abordará o retorno de um modelo de planejamento estratégico. Um dia após a reunião do Copom que decidirá a trajetória dos juros, Meirelles falará sobre política monetária.



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