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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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Real forte favorece o governo e as empresas endividadas em dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

A valorização do real em relação ao dólar favorece as empresas endividadas em moeda estrangeira. O impacto do câmbio sobre o endividamento das empresas pode ser medido pelo estrago causado pela disparada do dólar, no ano passado, sobre os balanços.
Segundo estudo da Economática com 153 empresas de capital aberto, a participação da dívida em moeda estrangeira no endividamento financeiro total saltou de 69%, em 2000, para 72%, em 2002 (veja quadro ao lado).
"Quem tem dívida em moeda estrangeira terá um ganho financeiro nos próximos balanços, com o atual patamar do câmbio", diz Einar Rivero, coordenador da Economática.
É o caso da Petrobras, que teve um reforço no seu lucro recorde, de R$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre, por conta de um recuo de 5% no câmbio naquele período.
O recuo do dólar causou um impacto positivo de R$ 627 milhões no resultado da companhia, principalmente devido à redução de suas dívidas em moeda estrangeira. Nos próximos meses, se o real continuar valorizado, ela será beneficiada pela redução dos custos de importação de petróleo.
O governo também ganha com a alta do real, pois um terço da dívida mobiliária federal de R$ 600 bilhões está atrelada ao câmbio. "Se o dólar cai, diminui o valor da dívida em reais", diz Emílio Garófalo, ex-diretor do Banco Central.
Os bancos, que este ano captaram US$ 5 bilhões no exterior, também se beneficiam da valorização do real. "A queda do dólar ajuda a desenhar um cenário positivo para a economia, o que resulta em juros menores pagos nessas captações", diz Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco Asset Management). Os recursos captados a cerca de 5% ao ano são aplicados aqui a 26,5% ao ano. (SANDRA BALBI)


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