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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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Lula deve ser mais ousado, diz Monteiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Leia a seguir continuação da entrevista do presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, concedida à Folha:
 
Folha - O sr. também acha que o governo mudou, mas continuou tendo corpo e alma paulistas?
Monteiro Neto -
Não gosto de dizer assim, que é um governo paulista, mas é homogêneo na falta dessa visão regional. É o Ciro, e só o Ciro. Ponto.

Folha - Qual a posição da CNI quanto à proposta de reforma tributária?
Monteiro Neto -
É claramente insuficiente e tímida. Há um desbalanceamento gritante entre a extraordinária capacidade política do governo -aliás, do Lula- e a timidez da reforma tributária. Com o gás político que tem, ele tinha de ter ousado mais, tinha de efetivamente ter tentado uma reforma real, não um arremedo. A proposta acabou excessivamente prudente. A questão é essencialmente política, não técnica. Está colada no pacto federativo, de distribuição de renda entre regiões e Estados. O governo não quis ousar, com receio de desencadear muita resistência e não conseguir aprovar. Avaliou mal.

Folha - E a reforma da Previdência?
Monteiro Neto -
Os limites ficaram mais razoáveis do que na tributária. A taxação dos inativos é emblemática, porque demonstra firmeza, até porque é o único dispositivo com impacto fiscal de curto prazo.

Folha - O teto de R$ 17 mil não ficou alto demais?
Monteiro -
Ficou, sim, com certeza. Foi sugestão do Judiciário, um teste de sensibilidade e dos limites nessa área.



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