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Na véspera da
reunião do BC,
risco-país sobe
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas de o Copom decidir
como ficam os juros básicos da
economia, o mercado financeiro
teve um dia de negócios tensos.
Dólar e risco-país subiram, enquanto a Bovespa caiu 2,6%.
O cenário externo deu o tom negativo do mercado. A preocupação com o clima de insegurança
mundial cresceu após o assassinato do chefe do Conselho de Governo Iraquiano. Por todo o mundo, as Bolsas caíram.
O dólar subiu 1,07% e fechou a
R$ 3,125. O risco-país subiu 2,5%,
para os 728 pontos.
A preocupação com a elevação
do petróleo, que atingiu novo recorde ontem, continua. Com o
movimento de alta do produto,
aumentou o temor de possíveis
reflexos sobre a inflação.
Amanhã o Copom (Comitê de
Política Monetária) anuncia como ficará a taxa básica de juros
(Selic, que está em 16% anuais).
Os contratos DI, que projetam a
expectativa do mercado em relação aos juros nos próximos meses, subiram ontem na BM&F .
Apesar disso, o contrato DI com
vencimento na virada do mês,
que reflete a expectativa do mercado para a decisão de amanhã, ficou praticamente estável. Esse
contrato fechou com taxa de
15,67%, o que indica a expectativa
de que o Copom reduza a Selic em
0,25 ponto percentual.
Com a piora do cenário, economistas e analistas financeiros passaram a discutir a conveniência
de o BC seguir com sua política de
redução gradual de juros. Há
muitas dúvidas ainda em relação
aos impactos das altas do petróleo
e do dólar na inflação, avaliam.
Para o Bradesco, o Copom deve
reduzir a Selic para 15,75%. "Dentre as alternativas de redução de
0,25 [ponto percentual] e a manutenção dos juros, consideramos
que a primeira embute menos risco do que a segunda. Manter a taxa de juros inalterada pode significar a sanção de um cenário de
vulnerabilidade", diz o Bradesco
em relatório.
Apontando preocupação com o
possível repasse da alta do dólar
para a inflação, o banco Schahin
afirma que "o mais provável é a
interrupção do ciclo de cortes de
juros" nesta reunião.
Seguindo pesquisa feita pela
Fundação Procon-SP nos dias 4 e
5 deste mês em dez bancos, a taxa
média mensal dos juros do cheque especial foi de 8,02% para 8%
e a do empréstimo pessoal oscilou
de 5,31% para 5,3% em maio, ante
abril deste ano.
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