São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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Na véspera da reunião do BC, risco-país sobe

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas de o Copom decidir como ficam os juros básicos da economia, o mercado financeiro teve um dia de negócios tensos. Dólar e risco-país subiram, enquanto a Bovespa caiu 2,6%.
O cenário externo deu o tom negativo do mercado. A preocupação com o clima de insegurança mundial cresceu após o assassinato do chefe do Conselho de Governo Iraquiano. Por todo o mundo, as Bolsas caíram.
O dólar subiu 1,07% e fechou a R$ 3,125. O risco-país subiu 2,5%, para os 728 pontos.
A preocupação com a elevação do petróleo, que atingiu novo recorde ontem, continua. Com o movimento de alta do produto, aumentou o temor de possíveis reflexos sobre a inflação.
Amanhã o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia como ficará a taxa básica de juros (Selic, que está em 16% anuais).
Os contratos DI, que projetam a expectativa do mercado em relação aos juros nos próximos meses, subiram ontem na BM&F .
Apesar disso, o contrato DI com vencimento na virada do mês, que reflete a expectativa do mercado para a decisão de amanhã, ficou praticamente estável. Esse contrato fechou com taxa de 15,67%, o que indica a expectativa de que o Copom reduza a Selic em 0,25 ponto percentual.
Com a piora do cenário, economistas e analistas financeiros passaram a discutir a conveniência de o BC seguir com sua política de redução gradual de juros. Há muitas dúvidas ainda em relação aos impactos das altas do petróleo e do dólar na inflação, avaliam.
Para o Bradesco, o Copom deve reduzir a Selic para 15,75%. "Dentre as alternativas de redução de 0,25 [ponto percentual] e a manutenção dos juros, consideramos que a primeira embute menos risco do que a segunda. Manter a taxa de juros inalterada pode significar a sanção de um cenário de vulnerabilidade", diz o Bradesco em relatório.
Apontando preocupação com o possível repasse da alta do dólar para a inflação, o banco Schahin afirma que "o mais provável é a interrupção do ciclo de cortes de juros" nesta reunião.
Seguindo pesquisa feita pela Fundação Procon-SP nos dias 4 e 5 deste mês em dez bancos, a taxa média mensal dos juros do cheque especial foi de 8,02% para 8% e a do empréstimo pessoal oscilou de 5,31% para 5,3% em maio, ante abril deste ano.


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