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Governo acredita em corte nos juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do governo e instituições financeiras consultadas pelo
Banco Central têm uma expectativa comum para a decisão desta
semana do Banco Central: diminuição da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual.
A Folha apurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus
principais ministros avaliam que
há margem de manobra, apesar
da recente turbulência econômica
internacional, para que o Copom
mantenha a diminuição gradualista dos juros. Nos últimos dois
meses, o BC promoveu pequenas
reduções nos juros -0,25 ponto
percentual por vez.
Um auxiliar de Lula diz que, como o mercado já tem a expectativa de queda de 0,25%, ela já estaria absorvida e deve ser implementada. Com isso, o governo ganha tempo para ver quão duradoura e grave é a atual turbulência
financeira.
Na semana passada, o presidente disse que o governo não deveria
tomar atitude precipitada em face
de expectativa de uma crise. Ou
seja, uma queda de 0,25 ponto
percentual ainda mantém a taxa
num patamar alto e não criaria
um problema político, como
mantê-la em 16% ao ano ou aumentá-la (hipótese hoje para lá de
remota).
Mesmo com a instabilidade observada no mercado financeiro
nos últimos dias, analistas consultados pelo Banco Central também
acreditam que os juros básicos da
economia vão sofrer um corte de
0,25 ponto percentual.
Apesar disso, há preocupação
com a alta internacional do preço
do petróleo e a desvalorização do
real. Caso esses movimentos se
mantenham, poderia haver pressão sobre a inflação. Segundo a
pesquisa feita pelo BC entre cem
analistas de mercado, projeta-se
que o IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) registre alta
de 6,17% neste ano.
A projeção está um pouco acima dos 5,5% fixados pelo governo
como meta para este ano, embora
esteja dentro da margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais
para cima ou para baixo.
Quando considerados apenas
os cinco analistas cujas projeções
são mais precisas, porém, a estimativa para o IPCA deste ano fica
em 6,34%, contra 6,12% da pesquisa da semana passada. A inflação esperada para 2005, segundo
esses mesmos analistas, passou de
5,10% para 5,60% -a meta para o
ano que vem é de 4,5%, também
com margem de 2,5 pontos.
Membros do governo a alteração
dessa meta para 5,5%.
(KENNEDY ALENCAR E NEY HAYASHI DA CRUZ)
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