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Brasil amplia bens ofertados à UE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil ampliará a lista de bens
que terão redução tarifária nas
negociações de livre comércio
com a União Européia. A nova
proposta brasileira de negociação, no entanto, não é muito mais
generosa do que a anterior num
dos pontos considerados mais
importantes para os europeus:
compras governamentais.
"A expectativa segue o caminho
que a União Européia está imaginando", disse o secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Mário Mugnaini, ao apresentar as linhas gerais
do novo pacote de propostas do
Brasil.
Mugnaini anunciou ontem que
o país aceita oferecer tarifas melhores para a importação de 88%
dos bens comercializados com a
União Européia. A oferta anterior
incluía pouco mais de 83% dos
bens.
Segundo o secretário, a proposta final, que será oferecida aos europeus, ainda pode mudar, pois é
preciso negociar com os demais
parceiros do Mercosul os termos
finais. A negociação é entre o
Mercosul e a UE.
O Brasil aceitou incluir na lista
de ofertas alguns bens de informática. Para chegar aos 88%, a
Argentina também precisará
aceitar a idéia de abrir mais seu
mercado de têxteis. Os sócios do
Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Argentina) se reúnem hoje
em Buenos Aires para fechar a
proposta do bloco. Segundo
Mugnaini, a oferta final incluirá
pelo menos 85% dos bens comercializados com a Europa.
A última oferta da UE abrange
91% dos bens comercializados pelo Brasil. A proposta inclui produtos de interesse do país, como
açúcar, café solúvel, etanol e carnes. O Brasil ainda não conhece os
detalhes dessa oferta. Os dois blocos econômicos devem trocar as
respectivas propostas amanhã.
No tema compras governamentais, o Brasil não aceita o pedido
da UE de tratar as suas empresas
como se fossem nacionais. Mugnaini disse que a proposta brasileira tratará apenas de questões de
transparência e que não haverá
negociações sobre regras.
O secretário disse, no entanto,
que o Brasil está disposto a oferecer á UE um protocolo com as regras consolidadas de compras governamentais, para facilitar a participação dos europeus em licitações internacionais do governo.
Para ele, a nova proposta do
Brasil também faz concessões adicionais na área de serviços e facilita a participação de empresas estrangeiras, com sede no país, na
prestação de serviços de transporte marítimo.
O Mercosul e a União Européia
trabalham com um cronograma
exíguo para tentar finalizar as negociações até o final de julho. O
objetivo é assinar o acordo de livre comércio em outubro.
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