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Queda do dólar e juro alto dão ao banco em que trabalhou o presidente do BC o melhor resultado do 1º trimestre
Lucro do BankBoston cresce 410% em 2003
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O BankBoston foi a instituição
financeira que apresentou o
maior crescimento no lucro três
primeiros meses deste ano, entre
os 50 maiores bancos do país. O
resultado saltou de R$ 31,8 milhões de janeiro a março de 2002
para R$ 162,4 milhões neste primeiro trimestre, um crescimento
de 410% no período.
Os dados do primeiro trimestre
dos 50 maiores bancos constam
no site do Banco Central, e o estudo com a comparação do desempenho das instituições foi elaborado pelo economista Alberto
Borges Matias, professor da faculdade de economia da USP de Ribeirão Preto.
"O BankBoston foi o maior beneficiado com a política econômica do governo", afirmou Matias.
"A coincidência é que o banco foi
comandado pelo atual presidente
do Banco Central, Henrique Meirelles". Antes de assumir o BC,
Meirelles presidiu o BankBoston
no Brasil e nos EUA. Hoje, recebe
uma aposentadoria de US$ 750
mil anuais do FleetBoston, controlador do BankBoston.
No ranking, em segundo lugar
vem a Nossa Caixa, com um pulo
de 140% no resultado do primeiro
trimestre deste ano em relação ao
mesmo período de 2002. O aumento no lucro do Itaú (3º colocado) foi de 132%, e o do Bradesco
(7º), de 20%.
O vice-presidente de finanças
do BankBoston, Alex Zornig, afirmou que o resultado do banco no
primeiro trimestre se deve, em
grande parte, à desvalorização do
dólar. O banco acreditou na queda do dólar neste início do ano
-e ganhou.
Segundo Zornig, do total de
US$ 1,2 bilhão de capital do banco, US$ 300 milhões estão aplicados em operações em reais, que
proporcionam ganhos quando a
moeda brasileira se valoriza, como ocorreu no início do ano.
"Como estávamos "vendidos"
[apostavam na queda da moeda]
em dólar, tivemos lucro", disse.
Assim como a grande maioria
dos bancos, o BankBoston também se beneficiou bastante da alta
dos juros. O banco obteve uma
rentabilidade de 43% nas aplicações em títulos e valores mobiliários e de 27% sobre o crédito. "O
valor do mercado de títulos melhorou bastante", afirmou Zornig.
Com a alta dos juros do primeiro trimestre, os bancos registraram ganhos expressivos com a
aplicação em títulos públicos, que
rendem os juros fixados pelo BC.
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