São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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PREVIDÊNCIA

Aumento de funcionários não consegue atender demanda no 1º dia; superintendente prevê normalidade em 20 dias

Força-tarefa do INSS mostra falhas em SP

DO "AGORA"

O primeiro dia de ação da força-tarefa criada pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para reduzir as filas nos postos não surtiu o efeito desejado.
Durante a manhã, os aposentados que estavam no posto de Santo Amaro (zona sul) sofreram com a falta de atendimento após a triagem -que começou às 6h na fila, com o reforço de 17 servidores de outras agências. Porém, até as 8h, só sete funcionários atendiam dentro do posto. Três pessoas desmaiaram.
O superintendente do INSS em São Paulo, Carlos Eduardo Gabas, acompanhou a abertura do posto e afirmou que a força-tarefa deverá continuar nos próximos 20 dias. "É o tempo necessário para regularizar o atendimento." Há quase 400 mil benefícios represados com a greve de 44 dias dos servidores do INSS.
Segundo Gabas, boa parte dos problemas da fila é solucionada com informações que o aposentado conseguiria por meio de outros canais, como o Prevfone e a internet.
Na agência Vila Mariana (zona sul), a força-tarefa que ajudou na triagem contou com apenas sete funcionários, mas o tempo de atendimento foi menor. Mesmo assim, o posto acumula 6.271 benefícios ainda em análise.

Ajuda extra
A partir da próxima semana, segundo Gabas, os postos com maior movimento receberão ajuda de funcionários deslocados de outros Estados para o processamento de benefícios.
Na capital, os postos de Santo Amaro e Vila Mariana devem receber 20 funcionários cada um. No interior, a região de Campinas também receberá reforço.
Gabas admitiu que houve falha na programação do atendimento aos aposentados no primeiro dia de funcionamento da força-tarefa em Santo Amaro (zona sul). Ele afirmou que hoje, além da triagem na fila a partir das 6h, outros funcionários serão convocados para o atendimento nos guichês.
"A triagem foi bem feita e acabou sobrecarregando o atendimento dentro do posto", disse. Ontem à tarde, Gabas fez uma reunião com os funcionários e a gerência do posto para definir a equipe que vai atender mais cedo a partir de hoje.
Apesar do transtorno, pela falta de funcionários nos guichês, Gabas considerou positivo o trabalho da força-tarefa. Segundo o INSS, cerca de 30% das pessoas receberam atendimento satisfatório na fila. O INSS ainda prepara uma cartilha e uma parceria com a prefeitura para que servidores orientem a população.
Para montar a força-tarefa, o INSS deve gastar cerca de R$ 10 milhões com o pagamento de horas extras, diárias de hospedagem e transporte para os funcionários envolvidos no "mutirão" em São Paulo e no Rio, segundo anunciou na terça-feira o ministro da Previdência, Amir Lando.
Também serão pagos prêmios de produtividade para incentivar os servidores a aumentar o número de processos analisados. O valor do prêmio não foi divulgado.

Greve em análise
Os transtornos causados pela greve podem se repetir a partir de segunda-feira. Os servidores decidem, amanhã, se retomam a paralisação.
Segundo a Fenasp (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), a retomada da greve está condicionada ao cumprimento do acordo firmado com o governo.


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