São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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TRABALHO

Emprego na indústria recua após três meses

DA SUCURSAL DO RIO

Após três meses consecutivos de expansão, em que acumulou alta de 1,6% de janeiro a março, o emprego industrial voltou a cair em abril -0,5% sobre março, já descontados os efeitos típicos (sazonais) de cada período.
A folha de pagamento real também caiu e ficou 2,4% menor que a de março, embora tenha crescido 7,9% em relação a abril do ano passado.
O emprego industrial mostrou resultados negativos em todas as formas de comparação. Em relação a abril de 2003, caiu 0,2% (em março havia caído 0,1%). Nos primeiros quatro meses deste ano sobre o mesmo período do ano passado, a queda foi de 0,6%. E, no acumulado em 12 meses, o indicador ficou negativo em 1%.
A redução do emprego industrial em relação a março foi comandada por São Paulo, cujo peso no indicador nacional é de aproximadamente 40%. A indústria paulista mostrou balanço negativo de 1,5% entre admissões e demissões.
Os dados mais recentes da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), divulgados anteontem, revelam que, em maio, houve crescimento de 0,38% do emprego em relação a abril no Estado.
A contribuição de São Paulo foi a maior por causa do peso do Estado, mas o índice negativo da indústria paulista não foi o maior. Outros Estados, como o Rio de Janeiro (-4,2%) e o Rio Grande do Sul (-2,2%), tiveram pior desempenho na comparação de abril com março.
Apesar de os resultados do emprego no âmbito nacional em abril terem sido piores que os de março, o IBGE avalia que as oscilações foram pequenas e indicam estabilidade. Essa estabilidade, de acordo com o órgão, pode ser constatada quando se compara o trimestre encerrado em abril com o terminado em março.
A economista Isabella Nunes Pereira, gerente da pesquisa de emprego e salário industrial do instituto, disse que a oscilação de abril não pode ser atribuída a nenhum fenômeno econômico especial, mas a fatores estatísticos e a uma indefinição inerente ao atual momento econômico.
"O emprego está respondendo ao reaquecimento [da produção] com estabilidade, apesar do resultado negativo de abril", disse. Em abril, a produção industrial do país cresceu 0,1% sobre março e 6,7% sobre abril do ano passado.

Rendimentos
Os números divulgados ontem pelo IBGE mostram também que o rendimento real (descontada a inflação) do trabalho assalariado na indústria, apesar da queda na comparação de abril com março, está em recuperação.
Nos quatro primeiros meses deste ano a folha de pagamento cresceu 8,8% sobre o mesmo período de 2003. Em 12 meses, comparados com os 12 meses anteriores, o crescimento é de 0,6%.
Ainda segundo o IBGE, a folha de pagamento média -a folha dividida pelo número de empregados- cresceu 8,1% em abril sobre abril de 2003 e 9,5% no acumulado neste ano. Em 12 meses, a alta é de 1,7%. (CHICO SANTOS)


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