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TRABALHO
Emprego na indústria recua após três meses
DA SUCURSAL DO RIO
Após três meses consecutivos
de expansão, em que acumulou
alta de 1,6% de janeiro a março, o
emprego industrial voltou a cair
em abril -0,5% sobre março, já
descontados os efeitos típicos (sazonais) de cada período.
A folha de pagamento real também caiu e ficou 2,4% menor que
a de março, embora tenha crescido 7,9% em relação a abril do ano
passado.
O emprego industrial mostrou
resultados negativos em todas as
formas de comparação. Em relação a abril de 2003, caiu 0,2% (em
março havia caído 0,1%). Nos primeiros quatro meses deste ano
sobre o mesmo período do ano
passado, a queda foi de 0,6%. E,
no acumulado em 12 meses, o indicador ficou negativo em 1%.
A redução do emprego industrial em relação a março foi comandada por São Paulo, cujo peso no indicador nacional é de
aproximadamente 40%. A indústria paulista mostrou balanço negativo de 1,5% entre admissões e
demissões.
Os dados mais recentes da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), divulgados
anteontem, revelam que, em
maio, houve crescimento de
0,38% do emprego em relação a
abril no Estado.
A contribuição de São Paulo foi
a maior por causa do peso do Estado, mas o índice negativo da indústria paulista não foi o maior.
Outros Estados, como o Rio de Janeiro (-4,2%) e o Rio Grande do
Sul (-2,2%), tiveram pior desempenho na comparação de abril
com março.
Apesar de os resultados do emprego no âmbito nacional em
abril terem sido piores que os de
março, o IBGE avalia que as oscilações foram pequenas e indicam
estabilidade. Essa estabilidade, de
acordo com o órgão, pode ser
constatada quando se compara o
trimestre encerrado em abril com
o terminado em março.
A economista Isabella Nunes
Pereira, gerente da pesquisa de
emprego e salário industrial do
instituto, disse que a oscilação de
abril não pode ser atribuída a nenhum fenômeno econômico especial, mas a fatores estatísticos e
a uma indefinição inerente ao
atual momento econômico.
"O emprego está respondendo
ao reaquecimento [da produção]
com estabilidade, apesar do resultado negativo de abril", disse. Em
abril, a produção industrial do
país cresceu 0,1% sobre março e
6,7% sobre abril do ano passado.
Rendimentos
Os números divulgados ontem
pelo IBGE mostram também que
o rendimento real (descontada a
inflação) do trabalho assalariado
na indústria, apesar da queda na
comparação de abril com março,
está em recuperação.
Nos quatro primeiros meses
deste ano a folha de pagamento
cresceu 8,8% sobre o mesmo período de 2003. Em 12 meses, comparados com os 12 meses anteriores, o crescimento é de 0,6%.
Ainda segundo o IBGE, a folha
de pagamento média -a folha
dividida pelo número de empregados- cresceu 8,1% em abril sobre abril de 2003 e 9,5% no acumulado neste ano. Em 12 meses, a
alta é de 1,7%.
(CHICO SANTOS)
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