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Para Werlang, BC continua conservador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor de Política Econômica
do Banco Central, Sérgio Werlang, ainda não digeriu as análises
do mercado que dizem que o governo trocou sua política de juros
conservadora por uma postura
mais agressiva.
"É um absurdo terem achado isso", disse Werlang, para quem o
mercado errou nas suas previsões
sobre os juros, surpreendendo-se
com a última queda, porque considerou apenas o que havia de
pior na economia.
Segundo ele, no último encontro havia dois indicadores que
melhoraram muito -os juros
das captações brasileiras no exterior e as taxas de inflação-, mas
o mercado prestou atenção apenas no preço do petróleo, o único
que estava piorando.
"Às vezes a gente diz uma coisa
e eles entendem outra", disse o diretor do BC. Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central voltará a se
reunir para definir os juros básicos da economia.
Nova queda
O diretor do BC não quis dar nenhuma sinalização do que defenderá no encontro, mas confirmou
que há espaço para redução de juros a longo prazo, pois os atuais
17% anuais estão acima do necessário para cumprir a meta de inflação de 2002, fixada em 3,5%.
Werlang disse ainda que a inflação continua a dar sinais positivos. O índice de preços ao consumidor medido pelo IPCA, que ficou em 0,23% em junho, foi menor que o esperado pelo mercado
financeiro.
Embora o BC já tenha sinalizado que daqui para a frente há menos espaço para o uso do viés de
baixa, Werlang disse que o BC
não pretende extinguir esse mecanismo, como fez o Fed (Federal
Reserve, o banco central dos Estados Unidos).
Segundo Werlang, o papel do
viés no Brasil é diferente. Nos Estados Unidos, esse mecanismo
servia para indicar a tendência de
longo prazo dos juros, tarefa que
no Brasil é desempenhada pelo
relatório de inflação.
O Copom usa o viés de forma
diferente: só aciona esse mecanismo quando há algum fato importante entre duas reuniões que pode ser decisivo para determinar
uma alta ou baixa dos juros.
Um exemplo foi o encontro no
mês passado da Opep, o cartel dos
países produtores de petróleo.
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