São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 2000


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Para Werlang, BC continua conservador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Sérgio Werlang, ainda não digeriu as análises do mercado que dizem que o governo trocou sua política de juros conservadora por uma postura mais agressiva.
"É um absurdo terem achado isso", disse Werlang, para quem o mercado errou nas suas previsões sobre os juros, surpreendendo-se com a última queda, porque considerou apenas o que havia de pior na economia.
Segundo ele, no último encontro havia dois indicadores que melhoraram muito -os juros das captações brasileiras no exterior e as taxas de inflação-, mas o mercado prestou atenção apenas no preço do petróleo, o único que estava piorando.
"Às vezes a gente diz uma coisa e eles entendem outra", disse o diretor do BC. Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central voltará a se reunir para definir os juros básicos da economia.

Nova queda
O diretor do BC não quis dar nenhuma sinalização do que defenderá no encontro, mas confirmou que há espaço para redução de juros a longo prazo, pois os atuais 17% anuais estão acima do necessário para cumprir a meta de inflação de 2002, fixada em 3,5%.
Werlang disse ainda que a inflação continua a dar sinais positivos. O índice de preços ao consumidor medido pelo IPCA, que ficou em 0,23% em junho, foi menor que o esperado pelo mercado financeiro.
Embora o BC já tenha sinalizado que daqui para a frente há menos espaço para o uso do viés de baixa, Werlang disse que o BC não pretende extinguir esse mecanismo, como fez o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).
Segundo Werlang, o papel do viés no Brasil é diferente. Nos Estados Unidos, esse mecanismo servia para indicar a tendência de longo prazo dos juros, tarefa que no Brasil é desempenhada pelo relatório de inflação.
O Copom usa o viés de forma diferente: só aciona esse mecanismo quando há algum fato importante entre duas reuniões que pode ser decisivo para determinar uma alta ou baixa dos juros.
Um exemplo foi o encontro no mês passado da Opep, o cartel dos países produtores de petróleo.


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