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ALIMENTOS
Fazenda diz que leite e milho vão continuar pressionando inflação
JULIANNA SOFIA
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de meses contribuindo para puxar a inflação
para baixo, o comportamento dos preços dos alimentos,
nos últimos seis meses, se
tornou fonte de preocupação
no governo. Nos cálculos dos
técnicos do Ministério da
Fazenda, a alta, principalmente dos produtos da cadeia do leite e dos associados
ao milho, continuará pressionando a inflação até o final do ano.
A previsão da Seae (Secretaria de Acompanhamento
Econômico) é que somente
em 2008 o mercado interno
consiga aumentar a oferta
desses produtos, reduzindo a
volatilidade dos preços.
"A médio prazo, acho que
não haverá problema porque
o próprio aumento de preços
leva a um aumento da oferta
doméstica, estimula a produção doméstica. O problema
da agricultura é que você tem
um ciclo de produção. O preço aumentou, não há uma
saída a curto prazo", disse à
Folha o secretário de Acompanhamento Econômico,
Nelson Barbosa.
O grupo alimentação e bebidas representa cerca de
20% do IPCA, índice que serve de referência para as metas do Banco Central. No caso do leite e derivados, que
respondem por 1,9% do
IPCA, o secretário explica
que o Brasil passa por um período de entressafra no mesmo momento em que o mercado internacional atravessa
uma fase de instabilidade
por causa da escassez de
oferta e crescimento da demanda pelo produto.
A alta nos derivados de milho, segundo ele, vem em resposta ao aumento do consumo no mercado chinês e à fabricação do etanol nos EUA.
Na avaliação do secretário,
com o aumento dos preços, o
mercado doméstico deverá
elevar o plantio do milho e,
na pecuária, também deverá
ocorrer uma expansão do rebanho ou destinação de mais
cabeças para a produção de
leite do que para o abate.
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