São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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ARGENTINA

Rolagem seria de US$ 17 bi

FMI critica leis e acordo com o país pode atrasar

DE BUENOS AIRES

Duas leis aprovadas pelo Congresso argentino na semana passada colocaram em perigo o rápido fechamento do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que, segundo o governo, possibilitaria a rolagem de US$ 17 bilhões em dívidas com os organismos internacionais.
Segundo o jornal "La Nación", o ministro Roberto Lavagna (Economia) foi informado anteontem que o FMI desaprova o projeto que suspende até novembro a possibilidade de bancos tomarem posse de propriedades de devedores que não paguem hipotecas.
O outro projeto questionado pelo Fundo, também aprovado pelo Congresso na semana passada, adia até outubro o reajuste de contratos de aluguel pelo CER (índice de indexação que tem como base a inflação).
Para o FMI, as duas leis representam "uma importante erosão dos contratos com credores". "A confiança dos mercados e a segurança jurídica sofrem um golpe" com essas duas leis, diz um documento interno do Fundo enviado a Lavagna.
As críticas surgem em um momento em que o governo contava com um rápido acordo com o organismo para conseguir pelo menos adiar o pagamento de dívidas de US$ 2,8 bilhões que vencem em setembro. Anteontem, mesmo dia em que o FMI informou o governo sobre o descontentamento com as leis, Lavagna havia enviado um primeiro esboço da carta de intenções que espera assinar nas próximas semanas.
Segundo o "La Nación", o presidente Eduardo Duhalde estuda vetar as leis aprovadas no Congresso. Ontem, ele manteve o otimismo e disse que o acordo está "cada vez mais próximo".
(JOÃO SANDRINI)


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