DA REDAÇÃO

Os contratos futuros de petróleo em Nova York atingiram novo recorde histórico ontem, influenciados por notícias negativas envolvendo a Yukos, maior petrolífera russa, indicadores americanos e a persistência de temores quanto à produção do Iraque.
A Bolsa Mercantil de Nova York registrou o maior valor de fechamento nos 21 anos em que negocia a commodity, com o barril para entrega em setembro negociado a US$ 46,75, uma alta de 1,52% em relação a segunda-feira. No pregão, o barril chegou a alcançar US$ 46,95, novo recorde "intraday" (que considera a variação durante o dia).
Em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, porém, os contratos futuros encerraram a US$ 42,99, distante do recorde de sexta passada, de US$ 43,88.
Na segunda, as cotações haviam recuado em Nova York e em Londres com o referendo que ratificou a permanência de Hugo Chávez na Presidência da Venezuela.
O principal fato do dia foi um tribunal de Moscou ter negado um pedido da Yukos para suspender a sentença judicial que obriga a petrolífera a pagar US$ 3,4 bilhões ao governo por tributos supostamente atrasados. Os representantes da Yukos solicitavam a suspensão até que fosse julgada a apelação da empresa da decisão de congelar três de suas principais subsidiárias.
Hoje deve sair outra decisão judicial envolvendo a companhia, que é responsável por cerca de 2% do fornecimento mundial e pela produção de 1,7 milhão de barris por dia. Recentemente a Yukos não conseguiu quitar a dívida com o governo utilizando um pacote de ações de outra petrolífera, a Sibneft, como pagamento -os papéis estariam avaliados em até US$ 4 bilhões. A intenção da Yukos é inverter a decisão.
As ações da Sibneft foram adquiridas pela Yukos dentro do acordo de fusão entre as duas companhias, assinado pouco antes de a maior petrolífera do país começar a ter problemas com o Kremlin, no fim de 2003.
Em outubro passado, o então presidente da companhia, Mikhail Khodorkovsky, foi preso acusado de fraude e sonegação de impostos e sua participação acionária na Yukos foi congelada.
As cotações durante o dia também foram impulsionadas pela divulgação de que a inflação nos EUA ficou sob controle em julho -houve queda de 0,1% em relação ao mês anterior-, uma indicação de que a demanda elevada não afetou os preços.