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INVESTIMENTOS
Governo e empresários fecham estratégia para tentar acelerar votação
"Força-tarefa" fará lobby por PPPs
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entidades que reúnem grandes
construtoras, fornecedoras de
equipamentos de infra-estrutura
e bancos de investimentos acertaram com o governo uma "força-tarefa" para pressionar os senadores a tentar aprovar o projeto
de lei das PPPs (Parcerias Público-Privadas) ainda antes das eleições municipais.
A estratégia de lobby dos empresários foi discutida ontem no
Palácio do Planalto, em reunião
fechada no gabinete do ministro
Aldo Rebelo (Coordenação Política). À frente do esforço estará a
Abdib (Associação Brasileira de
Infra-Estrutura e Indústrias de
Base), entidade que representa
cerca de 10% do PIB do país.
O próximo período de votações
no Congresso ocorre na semana
que vem, mas as chances de o projeto passar a tempo de as primeiras licitações saírem neste ano são
consideradas remotas. "Grandes
projetos dificilmente serão concluídos neste governo", disse Paulo Godoy, presidente da Abdib.
A intenção original do governo
era fazer as primeiras licitações no
primeiro semestre de 2004. A primeira carteira de projetos de Parcerias Público-Privadas, lançada
no final do ano passado, soma investimentos de R$ 13 bilhões, dos
quais entre 20% e 30% seriam financiados com dinheiro público.
O presidente do Conselho de Infra-estrutura da CNI (Confederação Nacional da Indústria), José
de Freitas Mascarenhas, defendeu
que o governo procure alternativas para evitar o que chamou de
"apagão" de infra-estrutura, semelhante ao que aconteceu na
área de energia em 2001 por falta
de investimentos.
Como salvaguarda contra a irresponsabilidade fiscal, os empresários encamparam a proposta de
limitar as parcerias a um percentual da arrecadação de tributos de
União, Estados e municípios. Outro limite, fixado em R$ 20 milhões, impediria que as PPPs financiassem obras tipicamente
públicas e de menor valor, como a
construção de escolas.
Da mesma forma que o governo, os empresários não aceitam
considerar todos os gastos públicos nas parcerias como dívidas,
como sugere o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), principal
opositor do projeto no Senado.
"Se for para considerar os gastos
como dívida pública, não precisa
de PPP", disse Godoy.
A ofensiva de lobby tem, como
principal arma, argumentos políticos, e não técnicos. Documento
do Ministério do Planejamento
destaca semelhanças do projeto
do governo com leis já aprovadas
recentemente em São Paulo e Minas Gerais, ambos comandados
por tucanos como Tasso.
As versões paulista e mineira
das PPPs contêm conselhos gestores comandados pelos governadores, a exemplo do órgão gestor
que deverá ser integrado pelos
ministros da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil.
Colaborou André Soliani,
da Sucursal de Brasília
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