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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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Centrais sindicais elogiam medida

DA REPORTAGEM LOCAL

CUT e Força Sindical, as duas principais centrais sindicais do país, informaram que a redução de dois pontos percentuais na taxa de juros é importante, mas insuficiente para dar mais fôlego à economia brasileira.
"Precisamos urgente de uma queda mais drástica na taxa básica para podermos ter crescimento em 2004, já que os indicadores para o segundo semestre de 2003 são desanimadores. A atividade econômica é pífia, o desemprego está em índices alarmantes e os rendimentos dos trabalhadores estão em queda", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.
"O governo precisa ousar. Necessita também diminuir o compulsório bancário e descontingenciar as verbas públicas. Sem essas medidas, vamos continuar asfixiando o desenvolvimento econômico do país."
Na avaliação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), a queda anunciada foi positiva, "embora o índice de 20% ainda continue muito elevado".
"Esperamos que a taxa fique em patamares bem mais baixos até o final do ano, para que o país retome o caminho do crescimento econômico", disse o secretário-geral da CUT, João Felício.
Para o empresário Antônio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, uma taxa de 20% ao ano "ainda é muito elevada". "Os juros vão ter que baixar progressivamente, os banqueiros não gostam, mas nós [empresários], do outro lado, precisamos de um dinheiro mais barato."
Ele afirmou não ter sentido ainda nenhum sinal de recuperação da economia, nem no setor de embalagens, considerado por economistas como um termômetro da economia. "Dizem que o segundo semestre é mais comprador do que o primeiro, mas já estamos em setembro e nada", diz.
De acordo com o empresário, a Votorantim Celulose e Papel, que pertence ao grupo, continua a exportar "muito material que vai para embalagem", o que seria um indicador de que o mercado interno ainda não reagiu. Segundo Ermírio de Moraes, apesar da crise, o grupo não está demitindo: "Estamos mantendo o pessoal".
O empresário afirmou ainda que o pacote de ajuda às distribuidoras de energia foi necessário para "evitar um apagão". "Temos 7,5 mil megawatts livres, mas, se o Brasil voltar a crescer, a sobra de energia desaparece." (CR e MP)


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