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Centrais sindicais elogiam medida
DA REPORTAGEM LOCAL
CUT e Força Sindical, as duas
principais centrais sindicais do
país, informaram que a redução
de dois pontos percentuais na taxa de juros é importante, mas insuficiente para dar mais fôlego à
economia brasileira.
"Precisamos urgente de uma
queda mais drástica na taxa básica para podermos ter crescimento
em 2004, já que os indicadores para o segundo semestre de 2003 são
desanimadores. A atividade econômica é pífia, o desemprego está
em índices alarmantes e os rendimentos dos trabalhadores estão
em queda", disse o presidente da
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva.
"O governo precisa ousar. Necessita também diminuir o compulsório bancário e descontingenciar as verbas públicas. Sem
essas medidas, vamos continuar
asfixiando o desenvolvimento
econômico do país."
Na avaliação da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), a queda anunciada foi positiva, "embora o índice de 20% ainda continue
muito elevado".
"Esperamos que a taxa fique em
patamares bem mais baixos até o
final do ano, para que o país retome o caminho do crescimento
econômico", disse o secretário-geral da CUT, João Felício.
Para o empresário Antônio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, uma taxa de 20% ao ano
"ainda é muito elevada". "Os juros vão ter que baixar progressivamente, os banqueiros não gostam, mas nós [empresários], do
outro lado, precisamos de um dinheiro mais barato."
Ele afirmou não ter sentido ainda nenhum sinal de recuperação
da economia, nem no setor de
embalagens, considerado por
economistas como um termômetro da economia. "Dizem que o
segundo semestre é mais comprador do que o primeiro, mas já estamos em setembro e nada", diz.
De acordo com o empresário, a
Votorantim Celulose e Papel, que
pertence ao grupo, continua a exportar "muito material que vai
para embalagem", o que seria um
indicador de que o mercado interno ainda não reagiu. Segundo
Ermírio de Moraes, apesar da crise, o grupo não está demitindo:
"Estamos mantendo o pessoal".
O empresário afirmou ainda
que o pacote de ajuda às distribuidoras de energia foi necessário
para "evitar um apagão". "Temos
7,5 mil megawatts livres, mas, se o
Brasil voltar a crescer, a sobra de
energia desaparece."
(CR e MP)
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