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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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REPERCUSSÃO

SÉRGIO WERLANG, diretor-executivo do Banco Itaú:
"O corte foi de bom tamanho e ficou dentro do que esperávamos. A Selic deverá cair um ponto ao mês até o fim do ano e chegar a dezembro em 17%. Para dezembro de 2004, a nossa previsão é de uma taxa de 14,5%. Continuará o processo de recuperação da economia que já foi iniciado com a queda da taxa futura de juros".

OCTAVIO DE BARROS, economista-chefe do Bradesco:
"Foi uma decisão serena, que seguiu a expectativa do mercado. Esperamos novas reduções até o fim do ano. Ainda estamos avaliando, mas acreditamos que a Selic estará entre 17% e 18% em dezembro, com maior probabilidade para 17%. A previsão para o fim de 2004 é de 14%. O corte dos juros favorece a retomada econômica porque melhora a expectativa das famílias e das empresas".

ROBERTO PADOVANI, economista da consultoria Tendências:
"Os cortes nos juros demoram de seis a nove meses para terem efeito real sobre a economia. O impacto das últimas reduções da Selic será sentido mesmo apenas lá pelo primeiro trimestre de 2004. Por isso, projetamos que o crescimento [do PIB] deste ano deve ficar em 0,5%. No fim do ano, a Selic deve estar em 18%".

HUGO PENTEADO, economista-chefe do ABN Amro Asset Management:
"O Copom apenas sancionou o que o mercado esperava. Como tem havido um recuo significativo nas expectativas de inflação, há espaço para a manutenção desse ciclo de queda dos juros. Com isso, acredito que a taxa básica vai estar em 17% no fim do ano".

TOMÁS MÁLAGA, economista-chefe do Itaú:
"Esse era o corte possível neste momento em que há um choque nos preços das commodities. Obviamente, o BC não tem de reagir a esse tipo de choque, mas, ao mesmo tempo, tem de evitar que ele se propague e contagie outros preços. Por isso, acho que um corte acima de dois pontos percentuais seria um pouco arriscado".

FERNANDO SARTI, economista da Unicamp:
"A Selic continua muito elevada. Por isso, só essa redução não assegura o mais importante, que é a retomada de investimentos. Continua valendo mais a pena aplicar no mercado financeiro".

CARLOS LANGONI, ex-presidente do Banco Central:
"O Banco Central está refletindo a melhoria das expectativas inflacionárias, mas agindo de forma responsável. Acho que eles [os diretores do BC] vão continuar sendo graduais, porém com cortes de magnitude menor".

CARLOS THADEU DE FREITAS, economista, ex-diretor do BC:
"Ótimo seria um corte um pouco maior. As expectativas inflacionárias estão sob controle. O Banco Central poderia ter sido um pouco mais audacioso. Com a Selic a 20%, os juros reais esperados estão em uma faixa de 14% ao ano, o que é muito alto e não vai ajudar na recuperação da atividade econômica no curto prazo".

SALOMÃO QUADROS, economista, coordenador de Análises Econômicas da FGV:
"Acho que está bem. Se fosse um pouquinho mais não iria fazer diferença. Mas acho que ele [o BC] quer mostrar que vai fazer uma política gradual. Reafirmar seu caráter cuidadoso, observador. A alta que ocorre na inflação é pontual, não há razão para se preocupar com o aquecimento da demanda. As condições para a retomada da atividade econômica sem sobressaltos são boas, mas é bom que ela seja gradual".

CARLOS MARIANI, empresário, vice-presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro):
"Foi dentro do esperado, compatível com o quadro de inflação. Indica que, mantidas essas condições à frente, esse processo de redução vai prosseguir, sempre cuidadosamente, de modo a permitir uma retomada moderada do nível de atividade. Mas é preciso fazer acompanhar esse processo [de redução dos juros] com medidas de apoio aos investimentos".

FRANCISCO EDUARDO PIRES DE SOUZA, coordenador do Grupo de Conjuntura do Instituto de Economia da UFRJ:
"Está sendo desenhada uma trajetória consistente de queda, mas acho que o BC poderia ter sido mais ousado, reduzindo a taxa básica de 2,5 a 3 pontos percentuais. A inflação continua muito baixa e não existem pressões inflacionárias nem pelo lado da demanda nem pelo lado dos custos".


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