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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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CRISE NO AR

Documento dá poder ao BNDES para renegociar a dívida de uma das empresas e emprestar US$ 600 milhões

Varig e TAM assinam acordo para a fusão

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Representantes da Varig e da TAM assinaram ontem um contrato de associação que dá prosseguimento às negociações para a fusão das duas empresas.
A Folha apurou que o documento dará poder para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liderar os entendimentos para a reestruturação da dívida da Varig, que é de cerca de US$ 1 bilhão.
O objetivo das negociações do BNDES com os credores é reduzir a dívida em um terço. Outros 33% da dívida deverão ser transformados em ações da nova companhia que surgir da fusão.
O restante dos débitos será pago em dinheiro pelo BNDES, que estaria disposto a emprestar agora US$ 600 milhões para o equacionamento dos problemas da Varig.
Entre os credores que serão contatados pelo BNDES estão o Banco do Brasil, a BR Distribuidora, a General Electric e a Boeing. Outros US$ 400 milhões devem ser injetados na nova companhia aérea que surgir da fusão da Varig com a TAM.
Representantes da FRB-Par (holding da Varig) e da TAM passaram o dia de ontem reunidos na sede do banco Fator, que intermedeia o negócio.
Estiveram presentes na reunião Wagner Ferreira, vice-presidente comercial da TAM, e Manoel Guedes, ex-presidente da Varig e atual negociador da FRB-Par para o processo de fusão.

Justiça
A Folha apurou que os representantes da Varig e da TAM tiveram o cuidado de não assinar um documento de irreversibilidade da fusão. Isso para não desobedecer uma liminar do Tribunal Regional Federal do Rio Grande do Sul, que proíbe qualquer assinatura irreversível de fusão das duas empresas sem autorização do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A expectativa da Varig e da TAM é que a fusão ocorra de fato dentro de 120 dias. O processo pode ser prorrogado por mais 90 dias, caso seja necessário.
O ministro da Defesa, José Viegas, quer que o BNDES libere dinheiro para a Varig assim que receber o contrato de associação de fusão das empresas.
"O dossiê da fusão será entregue amanhã [hoje] ao BNDES. Espero que o banco receba bem e aja rápido", afirmou Viegas à Folha. A TAM também pode ter uma injeção de recursos.


Colaborou Humberto Medina, da Sucursal de Brasília


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