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CRISE NO AR
Documento dá poder ao BNDES para renegociar a dívida de uma das empresas e emprestar US$ 600 milhões
Varig e TAM assinam acordo para a fusão
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Representantes da Varig e da
TAM assinaram ontem um contrato de associação que dá prosseguimento às negociações para a
fusão das duas empresas.
A Folha apurou que o documento dará poder para o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liderar os entendimentos para a reestruturação da dívida da Varig, que
é de cerca de US$ 1 bilhão.
O objetivo das negociações do
BNDES com os credores é reduzir
a dívida em um terço. Outros 33%
da dívida deverão ser transformados em ações da nova companhia
que surgir da fusão.
O restante dos débitos será pago
em dinheiro pelo BNDES, que estaria disposto a emprestar agora
US$ 600 milhões para o equacionamento dos problemas da Varig.
Entre os credores que serão
contatados pelo BNDES estão o
Banco do Brasil, a BR Distribuidora, a General Electric e a
Boeing. Outros US$ 400 milhões
devem ser injetados na nova companhia aérea que surgir da fusão
da Varig com a TAM.
Representantes da FRB-Par
(holding da Varig) e da TAM passaram o dia de ontem reunidos na
sede do banco Fator, que intermedeia o negócio.
Estiveram presentes na reunião
Wagner Ferreira, vice-presidente
comercial da TAM, e Manoel
Guedes, ex-presidente da Varig e
atual negociador da FRB-Par para
o processo de fusão.
Justiça
A Folha apurou que os representantes da Varig e da TAM tiveram o cuidado de não assinar um
documento de irreversibilidade
da fusão. Isso para não desobedecer uma liminar do Tribunal Regional Federal do Rio Grande do
Sul, que proíbe qualquer assinatura irreversível de fusão das duas
empresas sem autorização do Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica).
A expectativa da Varig e da
TAM é que a fusão ocorra de fato
dentro de 120 dias. O processo pode ser prorrogado por mais 90
dias, caso seja necessário.
O ministro da Defesa, José Viegas, quer que o BNDES libere dinheiro para a Varig assim que receber o contrato de associação de
fusão das empresas.
"O dossiê da fusão será entregue
amanhã [hoje] ao BNDES. Espero
que o banco receba bem e aja rápido", afirmou Viegas à Folha. A
TAM também pode ter uma injeção de recursos.
Colaborou Humberto Medina,
da Sucursal de Brasília
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