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O VÔO DA ÁGUIA
Saldo negativo nas contas públicas dobra; Casa Branca atribui resultado à crise econômica e à Guerra do Iraque
Déficit dos EUA supera US$ 400 bi pela 1ª vez
DA REDAÇÃO
O déficit público norte-americano ultrapassou, pela primeira
vez na história, a marca de US$
400 bilhões. Nos primeiros 11 meses do ano fiscal corrente, que se
encerra neste mês, o buraco nas
contas chegou a US$ 400,5 bilhões, o dobro do registrado em
igual período do ano anterior.
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, no mês
passado houve um saldo negativo
de US$ 76,5 bilhões entre as despesas e as receitas. Em agosto do
ano passado, o déficit foi de US$
54,7 bilhões.
A estimativa da Casa Branca é
que o déficit total no ano fiscal fique em US$ 455 bilhões. Em termos nominais, o maior saldo negativo tinha sido registrado em
1992, quando o buraco tinha sido
de US$ 290 bilhões.
Depois de quatro anos seguidos
de superávit orçamentário, os
EUA voltaram a ficar no vermelho no ano passado, quando acumularam déficit de US$ 157,8 bilhões. A reversão no quadro coincidiu com o início do governo do
republicano George W. Bush, que
assumiu o governo em 2001, após
oito anos do democrata Bill Clinton no poder.
A Casa Branca argumenta que a
deterioração das contas públicas
ocorreu devido à desaceleração
econômica, que reduz a arrecadação, e aos gastos como o combate
ao terrorismo e com a Guerra do
Iraque. Já a oposição culpa a redução de impostos promovida pelo
governo Bush.
Nos primeiros 11 meses do ano
fiscal, o total dos gastos federais
cresceu 7%, para US$ 1,99 trilhão.
A seguridade social e o sistema de
saúde representam as maiores
despesas do governo. Em seguida
estão os gastos como segurança e
atividades militares.
"O déficit atual e o projetado estão além dos gastos associados ao
Iraque, à guerra global contra o
terrorismo e a qualquer custo adicional com segurança interna",
disse David Walker, diretor da
Agência Geral de Contabilidade
do Congresso dos Estados Unidos. "Chegou a hora de admitir
que estamos em um buraco fiscal
e parar de cavar."
Boom imobiliário
A construção de novas moradias nos EUA recuou no mês passado, mas os alvarás e pedidos de
financiamento para a compra da
casa própria aumentaram, mostrando que o mercado imobiliário
continua aquecido, apesar da tendência de alta nas taxas de juros.
O início de construção de moradias caiu 3,8%, mas os alvarás saltaram 2,9%. Os pedidos de financiamento imobiliário também aumentaram no mês passado.
Com agências internacionais
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