UOL


São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O VÔO DA ÁGUIA

Saldo negativo nas contas públicas dobra; Casa Branca atribui resultado à crise econômica e à Guerra do Iraque

Déficit dos EUA supera US$ 400 bi pela 1ª vez

DA REDAÇÃO

O déficit público norte-americano ultrapassou, pela primeira vez na história, a marca de US$ 400 bilhões. Nos primeiros 11 meses do ano fiscal corrente, que se encerra neste mês, o buraco nas contas chegou a US$ 400,5 bilhões, o dobro do registrado em igual período do ano anterior.
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, no mês passado houve um saldo negativo de US$ 76,5 bilhões entre as despesas e as receitas. Em agosto do ano passado, o déficit foi de US$ 54,7 bilhões.
A estimativa da Casa Branca é que o déficit total no ano fiscal fique em US$ 455 bilhões. Em termos nominais, o maior saldo negativo tinha sido registrado em 1992, quando o buraco tinha sido de US$ 290 bilhões.
Depois de quatro anos seguidos de superávit orçamentário, os EUA voltaram a ficar no vermelho no ano passado, quando acumularam déficit de US$ 157,8 bilhões. A reversão no quadro coincidiu com o início do governo do republicano George W. Bush, que assumiu o governo em 2001, após oito anos do democrata Bill Clinton no poder.
A Casa Branca argumenta que a deterioração das contas públicas ocorreu devido à desaceleração econômica, que reduz a arrecadação, e aos gastos como o combate ao terrorismo e com a Guerra do Iraque. Já a oposição culpa a redução de impostos promovida pelo governo Bush.
Nos primeiros 11 meses do ano fiscal, o total dos gastos federais cresceu 7%, para US$ 1,99 trilhão. A seguridade social e o sistema de saúde representam as maiores despesas do governo. Em seguida estão os gastos como segurança e atividades militares.
"O déficit atual e o projetado estão além dos gastos associados ao Iraque, à guerra global contra o terrorismo e a qualquer custo adicional com segurança interna", disse David Walker, diretor da Agência Geral de Contabilidade do Congresso dos Estados Unidos. "Chegou a hora de admitir que estamos em um buraco fiscal e parar de cavar."

Boom imobiliário
A construção de novas moradias nos EUA recuou no mês passado, mas os alvarás e pedidos de financiamento para a compra da casa própria aumentaram, mostrando que o mercado imobiliário continua aquecido, apesar da tendência de alta nas taxas de juros.
O início de construção de moradias caiu 3,8%, mas os alvarás saltaram 2,9%. Os pedidos de financiamento imobiliário também aumentaram no mês passado.


Com agências internacionais


Texto Anterior: País é o nono melhor destino para investimentos, mostra estudo
Próximo Texto: Ganância infecciosa: Cai o presidente da Bolsa de NY
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.