UOL


São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIZINHO EM CRISE

Governo prevê meta de superávit com o FMI

Argentina incorpora alta de tarifa na expectativa de inflação de 2004

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O governo argentino apresentou ontem ao Congresso do país a proposta de Orçamento para o ano 2004. Entre as projeções, está a estimativa de uma inflação de 10%, muito superior à prevista para este ano, que é de 5%. Isso significa que o governo argentino já incorporou nas metas o impacto de possíveis reajustes das tarifas dos serviços públicos, congeladas há mais de um ano.
A proposta de Orçamento traz ainda projeções para a meta superávit primário. A Argentina pretende, de acordo com o projeto, economizar 12 bilhões de pesos (quase o mesmo em reais), o que, segundo o analista da Argentina Research, Rafael Ber, atinge a meta acertada com o FMI, de 3% do PIB (Produto Interno Bruto).
"O preocupante é a projeção do superávit total", afirma Ber. Estima-se que o superávit total -o que considera o pagamento de juros e amortização da dívida- será de 3,7 bilhões de pesos. "Esse número mostra que o governo só está garantindo o pagamento da dívida com organismos multilaterais de crédito e os juros da dívida que não está em moratória", disse. Segundo o analista, os números mostram que o governo não pretende começar a pagar nem mesmo os juros da dívida que está em moratória no ano que vem.
Na próxima semana, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, pretende lançar um programa de reestruturação da dívida que está em "default" desde dezembro de 2001, avaliada em US$ 95 bilhões. A intenção da Argentina é convencer os credores a fazer um "desconto" de até 70% do valor de face dos papéis.


Texto Anterior: Ganância infecciosa: Cai o presidente da Bolsa de NY
Próximo Texto: Investigação: Ex-diretor da Unimed SP enviou R$ 2,5 mi ao Uruguai
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.