São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia aponta golpe de R$ 285 mi no INSS

Grupo preso é acusado de fraude com títulos desde 2005; advogados negam a participação de clientes

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

Três pessoas acusadas de liderar uma quadrilha de estelionatários que negociava falsos títulos de crédito do INSS em todo o país foram presas ontem pela Polícia Civil do Rio.
De acordo com as investigações, o grupo arrecadou com o golpe pelo menos R$ 285 milhões entre outubro de 2005 e este mês.
Outro integrante da quadrilha está preso desde junho deste e ano e um quinto homem está foragido, segundo informações da polícia.
De acordo com a polícia, o grupo fraudou créditos que a empresa Servport Serviços Portuários e Marítimos Ltda. tem com o INSS.
De posse de cópias da sentenças que autorizava a Servport a vender os créditos com o INSS, a quadrilha começou a revender, em 2005, os mesmos títulos para empresas de todo o país, segundo informações da polícia.
Carlos Alberto Barbosa Silva, Cláudio Andrade Barbosa Silva, proprietários da Servport, e pai e filho, respectivamente, foram presos em casa. Carlos Alberto na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e Cláudio em São Conrado, zona sul da cidade.
Nildo Ferreira da Silveira, o terceiro preso, também estava em casa, em Itacoatiara, em Niterói, região metropolitana, quando os agentes chegaram e pediram para que ele os levasse até seu escritório, no centro do Rio. No escritório, os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão e detiveram Silveira. Foram apreendidos computadores e documentação.
Mário Jorge Carvalho, advogado com o registro suspenso pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) - RJ, segundo a polícia, está foragido. Já Wittembergue Magno Ribeiro, está preso há três meses.

Outro lado
O advogado Michel Assef, que defende Carlos Alberto, disse que a prisão temporária (cinco dias) de seu cliente parte de uma premissa falsa e absurda da polícia.
"Os créditos da Servport continuam intactos no INSS. Se algo foi vendido, foi ilegalmente. Foi uma fraude da qual meu cliente não tem conhecimento. Alguém pode ter feito uma procuração falsa para realizar negociações, que não foi outorgada por ele."
O advogado Odorico Moreira, representante de Cláudio, disse que seu cliente não tem "ingerência" sobre o assunto e que não existem títulos previdenciários da Servport.
Até a conclusão desta edição, os advogados de Silveira e de Ribeiro não haviam sido localizados pela Folha.


Texto Anterior: Mudança em tarifa só deve vigorar para novo contrato
Próximo Texto: Benefícios com mais de 2 anos serão revisados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.