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Polícia aponta golpe de R$ 285 mi no INSS
Grupo preso é acusado de fraude com títulos desde 2005; advogados negam a participação de clientes
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Três pessoas acusadas de liderar uma quadrilha de estelionatários que negociava falsos
títulos de crédito do INSS em
todo o país foram presas ontem
pela Polícia Civil do Rio.
De acordo com as investigações, o grupo arrecadou com o
golpe pelo menos R$ 285 milhões entre outubro de 2005 e
este mês.
Outro integrante da quadrilha está preso desde junho deste e ano e um quinto homem está foragido, segundo informações da polícia.
De acordo com a polícia, o
grupo fraudou créditos que a
empresa Servport Serviços
Portuários e Marítimos Ltda.
tem com o INSS.
De posse de cópias da sentenças que autorizava a Servport a
vender os créditos com o INSS,
a quadrilha começou a revender, em 2005, os mesmos títulos para empresas de todo o
país, segundo informações da
polícia.
Carlos Alberto Barbosa Silva,
Cláudio Andrade Barbosa Silva,
proprietários da Servport, e pai
e filho, respectivamente, foram
presos em casa. Carlos Alberto
na Barra da Tijuca, zona oeste
do Rio, e Cláudio em São
Conrado, zona sul da cidade.
Nildo Ferreira da Silveira, o
terceiro preso, também estava
em casa, em Itacoatiara, em Niterói, região metropolitana,
quando os agentes chegaram e
pediram para que ele os levasse
até seu escritório, no centro do
Rio. No escritório, os policiais
cumpriram mandado de busca
e apreensão e detiveram Silveira. Foram apreendidos computadores e documentação.
Mário Jorge Carvalho, advogado com o registro suspenso
pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) - RJ, segundo a
polícia, está foragido. Já Wittembergue Magno Ribeiro, está
preso há três meses.
Outro lado
O advogado Michel Assef,
que defende Carlos Alberto,
disse que a prisão temporária
(cinco dias) de seu cliente parte
de uma premissa falsa e absurda da polícia.
"Os créditos da Servport continuam intactos no INSS. Se algo foi vendido, foi ilegalmente.
Foi uma fraude da qual meu
cliente não tem conhecimento.
Alguém pode ter feito uma procuração falsa para realizar negociações, que não foi outorgada por ele."
O advogado Odorico Moreira, representante de Cláudio,
disse que seu cliente não tem
"ingerência" sobre o assunto e
que não existem títulos previdenciários da Servport.
Até a conclusão desta edição,
os advogados de Silveira e de
Ribeiro não haviam sido localizados pela Folha.
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