São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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Sodexho compra VR e vira líder em vale-refeição no país

Grupo francês paga R$ 1 bilhão pelas operações e fica com 35% do mercado

Negócio ainda precisa da aprovação do BC e do Cade; Accor, proprietária da Ticket e nš 1 no setor, também tinha interesse na aquisição

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O grupo francês Sodexho anunciou ontem a aquisição das operações de cheques e cartões de serviço -alimentação, refeição, combustíveis e vale-transporte- do Grupo VR por R$ 1 bilhão. Com o negócio, o grupo passa de terceiro colocado a líder no ranking no país.
A conclusão da operação, porém, só se dará dentro de três meses, quando o Banco Central e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) emitirem seus pareceres.
A multinacional francesa Accor, atuante em hotelaria e proprietária da Ticket, marca líder e pioneira em refeição-convênio no país, também estava interessada na VR e chegou a iniciar conversas para formular uma proposta. Ela é a principal concorrente da Sodexho no setor de vales.
A necessidade de aprovação dos órgãos reguladores decorre de várias aspectos da operação. Primeiro, o negócio de benefícios da VR é hoje parte de seu banco [Banco VR, que continuará com a família Szajman] e a saída de ativos terá de ser submetida à análise do BC. Já o aval do Cade será exigido pelo critério de faturamento das empresas envolvidas -acima de R$ 400 milhões- e devido à concentração de mercado em que redundará a aquisição -cerca de 35%.
A Sodexho, pertencente à líder mundial em benefícios e serviços ao trabalhador Sodexho Alliance, possui hoje no Brasil cerca de 17% de participação do mercado de vales-alimentação e refeição, com faturamento estimado em R$ 3,2 bi, e agora passa atuar também no mercado automotivo.
Com a venda do Grupo VR, de faturamento de R$ 4 bi e fatia de 18% do mercado, a família Szajman possui ainda a gravadora musical Trama e a empresa de processamento de benefícios Smart.Net, que agora prestará serviços à Sodexho.
Apesar do aumento de concentração do mercado, a Abrasel (associação de bares e restaurantes), que há anos trava batalha com as empresas fornecedoras de vales por considerar alto o valor da taxa de administração, não teme um endurecimento nas negociações. "A Sodexho já sinalizou com uma gestão mais flexível e está disposta a conversar", diz o diretor da entidade Joaquim Saraiva de Almeida. Para médios estabelecimentos, a taxa hoje varia de 4% a 8% do valor do tíquete.


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