São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

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COMÉRCIO EXTERIOR

Em comunicado, Castillo defende sua candidatura para diretor-geral e responde ao Itamaraty

Candidato uruguaio para a OMC rebate críticas de brasileiros

DA REDAÇÃO

O diplomata uruguaio Carlos Pérez Castillo divulgou comunicado ontem rebatendo as críticas brasileiras à sua candidatura ao cargo de diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio). O Brasil planeja lançar o nome do embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa para o posto.
Sócios no Mercosul, Brasil e Uruguai estão com relações diplomáticas estremecidas. A candidatura de Castillo foi lançada pelo presidente Jorge Battle. As consultas para o lançamento do nome de Seixas Corrêa foram iniciadas após aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro brasileiro Celso Amorim (Relações Exteriores) e seus assessores não querem a direção da organização com o Uruguai, por causa de divergências sobre as negociações comerciais que acontecem na OMC -a Rodada Doha (ronda de liberalização comercial lançada em 2001).
O Uruguai foi o único país do Mercosul que não entrou para o G20, grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil para pressionar EUA e Europa a abrirem seus mercados agrícolas.
Castillo foi também o autor de uma proposta de acordo na área agrícola, no âmbito da Rodada Doha, que desagradou ao Brasil. O país e seus parceiros do G20 se organizaram, em Cancún, no ano passado, para derrubar o texto que Castillo havia apresentado. Na ocasião, os diplomatas brasileiros afirmavam que a proposta de Castillo atendia apenas aos interesses dos países ricos.
Em seu comunicado ontem, o uruguaio disse ter "credenciais técnicas e antecedentes profissionais suficientes" para presidir o organismo internacional.
Castillo disse que, no processo de seleção, devem prevalecer "as virtudes de cada candidato" e não a tentativa de "desqualificar sem fundamentos os competidores".
Na OMC não há votação para o cargo de diretor-geral. É preciso um consenso entre os membros para a decisão. O próximo mandato, de quatro anos, começa no segundo semestre de 2005. O atual detentor do posto é o tailandês Supachai Panitchpakdi.


Com agências internacionais


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