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O que acontece em uma recessão?
Uma recessão começa quando investidores acreditam que
a hora não é boa para investir e
consumidores crêem que a hora não é boa para consumir. E,
na tentativa de protegerem sua
riqueza, todos empobrecem.
O desalento não é um mero
estado de espírito. Empresas e
famílias afetadas pela crise perderam efetivamente condições
de investir e consumir, como os
donos de ações e imóveis que
perderam valor. Não se trata de
um caso em que uns perdem e
outros ganham, num jogo de
soma zero: essa riqueza simplesmente desapareceu.
Quando não se confia no futuro, o medo toma o lugar da
ganância. Evita-se emprestar
dinheiro e procura-se poupar
para dias difíceis. Mas, com a
retração de investimento e
consumo, empresas vendem
menos; com a queda nos lucros,
há mais demissões; com menos
renda, as famílias cortam o
consumo, e o ciclo recomeça.
Tecnicamente, os economistas consideram que há uma recessão quando o PIB (Produto
Interno Bruto) cai por dois ou
três trimestres consecutivos.
Quando se imagina uma queda
profunda e prolongada do PIB,
fala-se, mais dramaticamente,
em depressão -mas, após a década de 30, nenhum período da
história econômica mundial
chegou a merecer o termo.
Recessões mundiais são raras: na história recente, não há
casos de anos em que o PIB global tenha terminado menor do
que começou. Em 1982, em
meio à crise da onda de calotes
do Terceiro Mundo, a economia mundial cresceu 0,9%, e
desde então não houve resultado pior. No Brasil, a pior recessão ocorreu em 1990, quando o
Plano Collor confiscou depósitos bancários e o PIB caiu 4,4%.
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