São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 2002

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FOLHA INVEST

MONOAPLICAÇÃO

Papéis de empresas de telecomunicações e de energia se desvalorizam; crescem os resgates de aplicações

Fundos setoriais já perderam mais de 28% neste ano

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Aplicar em ações de apenas um setor se mostrou um péssimo negócio neste ano. As perdas acumuladas pelos fundos setoriais de telecomunicações e energia elétrica estão entre as maiores do mercado financeiro em 2002.
Quem escolheu um fundo composto por papéis de teles amarga desvalorização de 28,9% no ano. Os fundos que seguem a variação dos preços dos papéis de empresas de energia elétrica têm perda semelhante em 2002 (28,6%), segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) até o último dia 8.
Os fundos setoriais foram vedetes há dois anos, quando o setor de telecomunicações puxava a alta da Bolsa. "O investidor tem de estar bem informado para poder ganhar com fundos setoriais. Tem de acertar a hora de entrar e a de sair. Esses fundos devem ser encarados como uma oportunidade momentânea de ganho, quando algum evento traz perspectivas positivas para o setor em que se aposta", afirma Eduardo Fornazier, gestor da Santos Asset Management.
Com as fortes baixas, boa parte dos investidores tem preferido sair desses fundos. No ano, a captação líquida (aplicações menos resgates) está negativa em R$ 43 milhões nos fundos de telecomunicações e em R$ 13,7 milhões nos do setor de energia. As perdas são grandes em relação ao patrimônio líquido desses fundos (R$ 130 milhões nos de teles e R$ 36 milhões nos de energia).
E o mau momento por que passam esses setores parece ainda não ter acabado. Na semana passada, quatro das dez maiores baixas registradas na Bolsa de Valores de São Paulo ficaram com ações de teles. Dentre essas, quem mais perdeu foi a ação preferencial da Tele Celular Sul, com queda de 11%.
O fato de as ações do setor de telecomunicações estarem entre as de maior liquidez no pregão da Bolsa ajuda a piorar o desempenho delas. Como o mercado de ações não tem tido um ano positivo, os investidores se desfazem primeiro dos papéis com maior facilidade de serem negociados.
No ano, o Ibovespa -índice que segue a oscilação das 56 ações mais negociadas na Bolsa- acumula desvalorização de 27%. O IEE (Índice de Energia Elétrica), formado por 11 ações, tem perdas de 34%, e o Itel (Índice Setorial de Telecomunicações, composto por 28 papéis) tem queda acumulada de 27% no ano.


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