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FOLHA INVEST
MONOAPLICAÇÃO
Papéis de empresas de telecomunicações e de energia se desvalorizam; crescem os resgates de aplicações
Fundos setoriais já perderam mais de 28% neste ano
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Aplicar em ações de apenas um
setor se mostrou um péssimo negócio neste ano. As perdas acumuladas pelos fundos setoriais de
telecomunicações e energia elétrica estão entre as maiores do mercado financeiro em 2002.
Quem escolheu um fundo composto por papéis de teles amarga
desvalorização de 28,9% no ano.
Os fundos que seguem a variação
dos preços dos papéis de empresas de energia elétrica têm perda
semelhante em 2002 (28,6%), segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) até o último dia 8.
Os fundos setoriais foram vedetes há dois anos, quando o setor
de telecomunicações puxava a alta da Bolsa. "O investidor tem de
estar bem informado para poder
ganhar com fundos setoriais. Tem
de acertar a hora de entrar e a de
sair. Esses fundos devem ser encarados como uma oportunidade
momentânea de ganho, quando
algum evento traz perspectivas
positivas para o setor em que se
aposta", afirma Eduardo Fornazier, gestor da Santos Asset Management.
Com as fortes baixas, boa parte
dos investidores tem preferido
sair desses fundos. No ano, a captação líquida (aplicações menos
resgates) está negativa em R$ 43
milhões nos fundos de telecomunicações e em R$ 13,7 milhões nos
do setor de energia. As perdas são
grandes em relação ao patrimônio líquido desses fundos (R$ 130
milhões nos de teles e R$ 36 milhões nos de energia).
E o mau momento por que passam esses setores parece ainda
não ter acabado. Na semana passada, quatro das dez maiores baixas registradas na Bolsa de Valores de São Paulo ficaram com
ações de teles. Dentre essas, quem
mais perdeu foi a ação preferencial da Tele Celular Sul, com queda de 11%.
O fato de as ações do setor de telecomunicações estarem entre as
de maior liquidez no pregão da
Bolsa ajuda a piorar o desempenho delas. Como o mercado de
ações não tem tido um ano positivo, os investidores se desfazem
primeiro dos papéis com maior
facilidade de serem negociados.
No ano, o Ibovespa -índice
que segue a oscilação das 56 ações
mais negociadas na Bolsa- acumula desvalorização de 27%. O
IEE (Índice de Energia Elétrica),
formado por 11 ações, tem perdas
de 34%, e o Itel (Índice Setorial de
Telecomunicações, composto por
28 papéis) tem queda acumulada
de 27% no ano.
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