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Em SP, 44% dos sem-emprego são negros
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro em cada dez desempregados na região metropolitana de São Paulo são
negros. É o que revela estudo
do Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos)
divulgado ontem a partir de
informações do mercado de
trabalho analisadas no período de agosto do ano passado
a julho deste ano.
Do total de desempregados na Grande São Paulo,
43,8% são negros, e 56,2%,
não-negros. O percentual é
menor do que o verificado na
média das seis regiões pesquisadas pelo Dieese (Belo
Horizonte, Distrito Federal,
Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo) -em que
55,3% do contingente de desempregados são negros.
Os negros correspondem a
36,2% da PEA (População
Economicamente Ativa) na
Grande São Paulo, enquanto
os não-negros, 63,8%.
As taxas de desemprego
verificadas entre a população negra têm diminuído na
comparação com períodos
anteriores, segundo mostra o
estudo. Em 1998, o desemprego entre os negros foi de
22%. Neste ano, o índice é de
20%. Já entre os não-negros,
o índice passou de 15,6% para 14,6% no mesmo período.
O rendimento médio real
por hora pago aos negros em
São Paulo é 45,7% menor
que o dos não-negros. Enquanto um trabalhador negro recebe, em média, R$
3,98 por hora, um não-negros recebe R$ 7,33, segundo
valores de junho deste ano.
O estudo destaca que "a
posição desfavorável dos negros no mercado de trabalho
somente será modificada
com a implementação de políticas de redução da pobreza, de campanhas contra a
discriminação e pela garantia de acesso e pelo aumento
da oferta de serviços públicos de qualidade, como a
educação".
Um dos programas que
contribuem para a redução
da desigualdade, segundo
apontam os técnicos, é o de
cotas que garantem vagas para negros nas universidades.
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