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INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Setor e governo discutem liberação de março a junho
Remédios podem ter preços livres
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes do Ministério
da Saúde e dos laboratórios farmacêuticos se reúnem hoje, pela
manhã, para discutir a política de
preços que será adotada para os
medicamentos no período de
março a junho. Deve ser debatida
a possibilidade de uma liberação
nos preços de alguns remédios, a
pedido da indústria, por conta de
uma forte pressão nos custos dos
fornecedores. O setor é um dos
poucos em que há intervenção do
governo na determinação dos
preços dos produtos.
Ainda será abordada a hipótese
de o governo reforçar a compra
de medicamentos -o Ministério
da Saúde é o maior comprador do
setor no país- como forma de
elevar a produção e o faturamento das indústrias. Com isso, não
haveria aumento de preços para
os itens que devem compor essa
"cesta" de remédios comprada
pelo ministério.
Na prática, com essas propostas
na mesa, a idéia do encontro é dar
continuidade às negociações que
ainda se arrastam entre o ministério e os laboratórios.
Nas últimas conversas, apareceram divergências em relação a alguns pontos. Por exemplo: para
março já está previsto um novo
reajuste de preços dos medicamentos, de 8,63%, para compensar a desvalorização do real ocorrida em 2002.
Mas o governo já deu a entender
que espera, em seguida, que ocorra novo congelamento de preços,
por mais três meses, com o apoio
da indústria.
Os fabricantes não aceitam a
medida, a princípio. Dizem que
estão com tabelas defasadas. Em
novembro, a Camed (Câmara de
Medicamentos) -órgão do governo- autorizou reajuste de
8,63% nos preços dos remédios. A
reivindicação do setor era de aumento de 18%.
Fabricantes ouvidos pela Folha
acreditam que, agora, o ideal seria
a liberação dos reajustes de preços, no segundo trimestre, para
alguns produtos -e não o congelamento total.
Consumo em queda
Na opinião de grandes laboratórios, como o Novartis, por exemplo, "é preciso ver a possibilidade
de centrar o debate menos na
questão dos preços" e mais na forma de elevar a compra de itens
por parte do governo.
No ano passado, foi comercializado 1,61 bilhão de unidades de
remédios no país, com queda de
1,2% sobre 2001. Em 1997, esse
número chegava a 1,85 bilhão.
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