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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Setor e governo discutem liberação de março a junho

Remédios podem ter preços livres

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes do Ministério da Saúde e dos laboratórios farmacêuticos se reúnem hoje, pela manhã, para discutir a política de preços que será adotada para os medicamentos no período de março a junho. Deve ser debatida a possibilidade de uma liberação nos preços de alguns remédios, a pedido da indústria, por conta de uma forte pressão nos custos dos fornecedores. O setor é um dos poucos em que há intervenção do governo na determinação dos preços dos produtos.
Ainda será abordada a hipótese de o governo reforçar a compra de medicamentos -o Ministério da Saúde é o maior comprador do setor no país- como forma de elevar a produção e o faturamento das indústrias. Com isso, não haveria aumento de preços para os itens que devem compor essa "cesta" de remédios comprada pelo ministério.
Na prática, com essas propostas na mesa, a idéia do encontro é dar continuidade às negociações que ainda se arrastam entre o ministério e os laboratórios.
Nas últimas conversas, apareceram divergências em relação a alguns pontos. Por exemplo: para março já está previsto um novo reajuste de preços dos medicamentos, de 8,63%, para compensar a desvalorização do real ocorrida em 2002.
Mas o governo já deu a entender que espera, em seguida, que ocorra novo congelamento de preços, por mais três meses, com o apoio da indústria.
Os fabricantes não aceitam a medida, a princípio. Dizem que estão com tabelas defasadas. Em novembro, a Camed (Câmara de Medicamentos) -órgão do governo- autorizou reajuste de 8,63% nos preços dos remédios. A reivindicação do setor era de aumento de 18%.
Fabricantes ouvidos pela Folha acreditam que, agora, o ideal seria a liberação dos reajustes de preços, no segundo trimestre, para alguns produtos -e não o congelamento total.

Consumo em queda
Na opinião de grandes laboratórios, como o Novartis, por exemplo, "é preciso ver a possibilidade de centrar o debate menos na questão dos preços" e mais na forma de elevar a compra de itens por parte do governo.
No ano passado, foi comercializado 1,61 bilhão de unidades de remédios no país, com queda de 1,2% sobre 2001. Em 1997, esse número chegava a 1,85 bilhão.


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