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Presidente da AIG diz que pediu devolução de ao menos 50% dos bônus a executivos
DE NOVA YORK
O presidente da AIG (American International Group), Edward Liddy, disse ontem que
procurou "evitar um colapso"
da companhia ao autorizar,
ainda no ano passado, o pagamento de US$ 165 milhões em
bônus a executivos que ajudaram a quebrar a empresa. Afirmou ainda que espera vender
boa parte dos ativos da empresa em quatro anos e que o nome
AIG pode não permanecer.
Em depoimento no Congresso, Liddy incitou funcionários
que tenham recebido pelo menos US$ 100 mil em bônus (298
no total) a devolver ao menos a
metade à companhia. Os bônus
pagos pela AIG vêm provocando uma revolta pública nos
EUA. A empresa, que quebrou
no ano passado, já recebeu US$
173 bilhões em dinheiro público, e o governo dos EUA detém
hoje 79,9% da companhia.
Liddy não recebeu bônus,
pois foi indicado pelo governo
para comandar a empresa no final do ano passado. Mas é questionado por ter autorizado o
pagamento. "O povo norte-americano tem uma pergunta
simples: como pagamos qualquer quantia a essas pessoas?
Essa é a minha resposta: eu estava tentando desesperadamente evitar um colapso descontrolado da empresa", disse.
Ontem, o presidente dos
EUA, Barack Obama, afirmou
que as pessoas "têm o direito de
estar revoltadas (...) diante da
ganância excessiva". Ele disse
que o caso da AIG deveria abrir
a possibilidade para que o governo dos EUA arbitre questões como a remuneração de
executivos em algumas áreas.
Durante o "boom" do mercado imobiliário nos EUA, a AIG
"emprestou", em troca de comissões, sua chancela "triple
A" para papéis emitidos por
bancos e lastreados em dívidas
imobiliárias. Com isso, a empresa acabou se tornando responsável pelas perdas.
A AIG também atuou no
mercado de "credit-default
swaps" (CDS), instrumento financeiro que funciona como
uma espécie de seguro para
perdas de investidores. Como
os CDS não eram regulados pelas autoridades, a AIG não fez o
que realiza normalmente nas
suas operações de seguro: provisões para eventuais perdas. E
elas foram gigantescas.
O prejuízo da AIG em 2008
marcou um recorde absoluto
entre as maiores perdas corporativas nos EUA. Perdeu cerca
de US$ 99 bilhões.
(FCZ)
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